Resumo
da notícia
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Paciente
teve um DIU removido de seu intestino após quatro anos sem sentir nada
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O
problema acontece na colocação do DIU, quando o útero é perfurado, abrindo
caminho para que ele vá para a cavidade abdominal
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Especialistas
contam que a ocorrência é rara, embora seja prevista entre os riscos do
procedimento de colocação do dispositivo
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Na
maioria dos casos, basta retirar o dispositivo para que a recuperação seja
total
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Médicos do Departamento
de Gastroenterologia do King Fahad Specialist Hospital na Arábia Saudita
removeram um DIU (dispositivo intrauterino) do reto de uma paciente de 38 anos.
O dispositivo foi encontrado após uma investigação sobre anemia e estava "escondido" no
intestino há cerca de quatro anos, de acordo com a estimativa dos
especialistas.
O caso foi publicado no periódico BMJ Case
Reports. Na descrição, os médicos lembram que o DIU é um dispositivo seguro e
comum para evitar a gravidez, mas que pode ter algumas complicações incluindo a
migração do objeto para a cavidade abdominal e pélvica -- incluindo o
intestino.
Neste caso, a mulher de
38 anos havia colocado um DIU há seis anos e engravidou em seguida; quando deu
à luz, os médicos presumiram que o dispositivo havia sido expulso naturalmente.
Quatro anos depois, ela
colocou outro DIU e permaneceu assintomática até que, recentemente, começou a
sofrer de anemia. Parte da investigação incluiu uma colonoscopia, durante a
qual os médicos descobriram o dispositivo no reto, a parte anterior ao ânus.
Ele foi então removido por endoscopia e a paciente se recuperou sem maiores
problemas.
O
que é DIU?
O dispositivo
intrauterino, mais conhecido pela sigla DIU, é o método contraceptivo de longa
duração em que um pequeno objeto em formato de T é inserido no útero.
O dispositivo libera
substâncias que causam alterações no endométrio, no muco cervical (que fica
mais espesso) e nos espermatozoides, impedindo a gravidez. O método é
considerado altamente efetivo, impedindo 99% das gestações.
É
comum ele sair do útero?
Não. Na verdade, de
acordo com o médico Rogério Bonassi Machado, presidente da Comissão Nacional
Especializada em Anticoncepção da Febrasgo (Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia), o DIU não irá se deslocar para outra
parte do corpo sozinho. "O dispositivo sai do útero já durante a
colocação, quando há uma perfuração do órgão", diz o especialista.
Nesses casos, o médico
explica, o aparelho utilizado para inserir o dispositivo transpassa a parede
uterina, deixando o caminho aberto para o DIU —que é inserido
"dobrado", ou seja, sem as hastes em T abertas — sair daquela região.
De acordo com Machado,
mulheres no pós-parto estão mais propensas a sofrer com o problema, já que o
útero está mais "macio" e, embora isso facilite a colocação, também
torna mais fácil de ser perfurado. Por isso, é comum que os médicos aguardem
cerca de dois meses após o parto antes de fazer o procedimento.
Dor e sangramentos são
sinais de que houve perfuração, mas como esses sintomas também podem surgir
durante o processo sem intercorrências, nem o médico nem a mulher podem
perceber que algo está errado.
Embora rara, a
perfuração está prevista entre os riscos de colocação do DIU, que incluem ainda
sangramentos, perfuração da bexiga, lesão de alças intestinais e reação vagal
(uma ativação do nervo vago que causa tonturas, sudorese, náusea e
palpitações).
O
que pode acontecer?
Se o DIU estiver fora
do útero, além de deixar a mulher desprotegida em relação à gravidez, o mais
comum é que a mulher sinta algum desconforto na região abdominal; no entanto,
como no caso descrito pelo BMJ, também é possível que ela não sinta nada e
acabe descobrindo o problema por acaso. A maioria dos casos é resolvida sem
complicações, com a recuperação total após a remoção do dispositivo geralmente
por laparoscopia.
Mas, de acordo com
Maurício Abrão, ginecologista e obstetra do Hospital Beneficência Portuguesa,
existe a chance de o quadro evoluir para uma infecção. Por isso, é importante
fazer um ultrassom de controle cerca de um mês após a inserção para garantir que
o DIU está bem posicionado. "Se ele estiver ausente, é preciso investigar
se ele migrou para algum lugar ou se o corpo expeliu, o que também pode
acontecer", afirma.
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