"Quando eu estava
na primeira consulta, ainda sem saber do que se tratava, sem saber que eu tinha
câncer,
o médico ficou bem sério e me disse: olha, você tem um risco de 98% de morrer
se não começar um tratamento imediatamente", e foi assim que Elson
Pereira, aos 53 anos, descobriu que o caroço no pescoço era, na verdade, um tipo
de câncer: o linfoma.
A vida do vendedor
atacadista mudou completamente a partir daquela tarde de junho de 2016. "É
um susto, fui pego de surpresa, porque eu estava bem, nunca ficava doente, não
sentia nada e, de repente, eu estou com câncer e preciso receber
tratamento", lembra o carioca.
Existem mais de 100
tipos de cânceres que correspondem aos vários tipos de células, em diferentes
partes do corpo. Hoje vamos tratar a respeito do Linfoma, que se divide em dois
tipos: linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin. Eles se diferenciam pelos
tipos de células encontradas e pelo comportamento biológico, além de terem respostas
diferentes à terapia.
De acordo com dados do
Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2018 houve o surgimento de 12.710 casos
de pessoas acometidas por linfomas - Elson foi uma delas. Além disso, foram
registradas 4.956 mortes, somados os dois tipos da doença. As causas de câncer
são variadas. Podem ter relação com fatores externos e alheios ao corpo ou
internas ao organismo, podendo ambas estar interrelacionadas.
Sintomas.
"As manifestações
mais comuns dos linfomas são o aumento de gânglios, popularmente conhecidos
como ínguas ou caroços, muitas vezes no pescoço, axilas e virilha. Mas existe
outras como emagrecimento, febre noturna, anemia e alterações na contagem de
plaquetas", explica o médico hematologista Ricardo Bigni, que também é
responsável pela rotina de Linfomas Não Hodgkin e Leucemia Linfoide Crônica do
INCA.
Essa descrição se
assemelha bastante ao relato de Elson. "Eu estava trabalhando, em um dia
normal, quando percebi uma espécie de caroço saindo pelo meu pescoço. Era
pequeno, mas estava inchado. Pensei que tivesse sido por ter dormido a noite
anterior em uma rede".
Tratamento.
Por isso é importante
procurar um médico para avaliação e, consequentemente, receber diagnóstico e o
tratamento adequado o mais rápido possível. Quanto mais cedo se busca ajuda,
maiores as chances de ver livre da doença, como é possível perceber no relato
de Elson Pereira. "Logo nas primeiras sessões de quimioterapia, os caroços
que eu tinha no pescoço sumiram e eu fui ficando melhor. Continuei seguindo
todo o tratamento e, há cerca de dois meses, eu não tenho mais necessidade da
quimioterapia", conta.
Segundo o hematologista
Ricardo Bigni, uma vez estabelecido o diagnóstico, definida a extensão da
doença, além do tipo de linfoma - já que a literatura médica descreve mais de
40 tipos, o tratamento "precisa começar logo e pode ser diferente
dependendo do tipo de linfoma. Na maioria dos casos o paciente é tratado com
quimioterapia e em alguns casos é preciso, também, realizar a radioterapia. É
importante ressaltar que os linfomas não são tratados com cirurgia, como
acontece em alguns tipos de câncer".
Em relação a esse tipo
de câncer, os pacientes recebem total acompanhamento gratuito pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) com os medicamentos que são indicados na maioria dos
tratamentos, além de todos os equipamentos que estão em operação por todo o
País.
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