FONTE: *** Redação, https://www.msn.com/
Em 2020,
a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), apontou que mais de 96 milhões de brasileiros (60,3% da
população adulta) estão acima do peso no país - ou seja, apresentam IMC maior
do que 25kg/m².
De
acordo com o documento, isso quer dizer que seis a cada dez pessoas estão com
excesso de peso no Brasil.
A obesidade
é caracterizada como um distúrbio metabólico, que envolve o excesso de gordura
corporal, resultado de um desequilíbrio entre o que se consome e o que se
gasta, ou seja, quando o organismo queima menos energia do que lhe é
fornecido.
“É
sempre importante destacar que obesidade não é apenas uma ‘dificuldade na perda
de peso’, mas uma condição tão grave como diabetes e hipertensão, pois, um
paciente ‘apenas portador de obesidade’, sem ter outras doenças em conjunto,
tem grande chance de adoecer e, inclusive, morrer”, alerta o endocrinologista
Gustavo Daher. Além disso, o excesso de peso também está associado ao
aparecimento de outras doenças, como:
Hipertensão.
É
uma doença crônica caracterizada pelo excesso de pressão sanguínea nas
artérias. Ela ocorre quando a pressão arterial é igual ou superior a 140 x 90
mmgh (14x9), e é um fator de risco para doenças como acidentes vasculares
cerebrais (AVC), infarto e insuficiência renal e cardíaca.
“A
obesidade se relaciona à hipertensão, sendo que essa relação vem do fato de
grande parte dos pacientes obesos terem já de saída um perfil com maior
tendência ao sedentarismo, e hábitos alimentares não saudáveis que podem se
relacionar ao aumento pressórico. Além disso, sabemos que a obesidade promove
alterações no organismo que acabam aumentando a resistência dos vasos
sanguíneos, o que potencializa o risco do desenvolvimento de hipertensão”,
explica o endocrinologista.
Diabetes
tipo 2.
A
doença é caracterizada pela resistência do organismo à insulina, hormônio
responsável por manter a glicose sob controle. O excesso de açúcar no sangue
pode causar desde infarto a problemas na visão.
“A
associação entre o excesso de peso - especialmente o acúmulo de gordura na
região abdominal - e o diabetes é muito conhecida. O que acontece é que o
tecido gorduroso possui mais resistência à ação do hormônio da insulina.
Portanto, com o ganho de peso, ocorre um aumento da gordura abdominal, que
altera a capacidade do corpo de metabolizar o açúcar ingerido”, explica o
endocrinologista.
Esteatose hepática.
Popularmente
conhecida como excesso de gordura no fígado, quando não tratada de maneira
correta, a esteatose hepática pode levar, em médio e longo prazo, a inflamações
graves, cirrose hepática e até câncer de fígado.
“Pacientes
com obesidade tendem a acumular o excesso do que comem em diversos tecidos, sendo
que o fígado é um dos órgãos mais acometidos. Com o acúmulo contínuo e intenso
de gordura, algumas pessoas desenvolvem uma inflamação, acarretando em um
quadro chamado de hepatite por gordura ou esteatohepatite”, afirma
Gustavo.
O
especialista ainda alerta que, dos pacientes com esteatohepatite, "uma
parcela considerável pode evoluir para quadros de cicatrização e fibrose do
tecido do fígado ou cirrose hepática”.
Síndrome da apneia do Sono.
A
condição pode ser considerada como causa e consequência da obesidade. É marcada
pela diminuição na oxigenação durante o sono e causa inúmeros despertares.
“A
obesidade acaba levando a algumas alterações como acúmulo de gordura na região
cervical. Isso dificulta a passagem do ar no momento do sono que é quando, naturalmente,
relaxamos nossa musculatura. Por não dormirem direito, os pacientes com o
problema têm algumas outras alterações (inclusive de ordem hormonal) que
dificultam a perda de peso e podem acentuar ainda mais o quadro”.
Artrose.
É
uma patologia que favorece o desgaste dos tecidos nas extremidades dos ossos,
também conhecidos como cartilagem. “O paciente com excesso de peso acaba
levando a uma sobrecarga completa de suas articulações que, cronicamente, podem
evoluir para deformidades conhecidas como artrose. Das diferentes artroses, as
mais comuns nos pacientes com obesidade são as de joelhos e as de coluna”.
*** Consultoria: Gustavo Daher, endocrinologista.
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