FONTE: Lily Menezes,, Salvador, https://www.trbn.com.br/
Usadas como um meio
prático de transporte próprio, categoria é de longe a que mais gerou o
acionamento do seguro DPVAT. Jovens são maioria entre os acidentados.
Seja para sair do aperto diário dos transportes coletivos, levar o sustento para casa ou mesmo para os momentos de lazer, a aquisição de um veículo pode ser uma conquista importante. As motos conquistam pela praticidade de deslocamento e já estão com uma frota quase igual à dos carros na Bahia: são quase 1,5 milhão de unidades, contra 1,9 milhão dos veículos com quatro rodas. Porém, os acidentes de trânsito envolvendo motocicletas são a esmagadora maioria nas solicitações de indenização pelo Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), criado para proteger as vítimas desses incidentes. O relatório anual da Seguradora Líder, responsável pelos processos relacionados a eventos que ocorreram até 31 de dezembro de 2020, mostra que 12.905 indenizações foram pagas por conta das motos, representando 78% do total de 16.335 processos no Estado.
A situação se mostra ainda mais preocupante quando comparada com os sinistros ligados aos carros: mesmo tendo uma frota maior, na Bahia foram registrados 2.342 pedidos de indenização para os acidentes ocasionados pelas quatro rodas. Em todo o Brasil, das mais de 300 mil pessoas compensadas de alguma forma pelo DPVAT, 245 mil se acidentaram com motocicletas, num total de 79% dos pagamentos realizados pelo seguro. Dentre as três possíveis coberturas assistenciais, a invalidez permanente foi a que predominou entre as solicitações dos baianos, com 9.890 registros. O ressarcimento por despesas médicas respondeu por 4.054 dos processos, e 2.391 famílias foram indenizadas por conta do falecimento de um de seus membros no trânsito. Apesar das reduções nas solicitações em comparação a 2019, os resultados continuam a chamar a atenção. “O volume de indenizações por morte segue alarmante”, diz a companhia.
Os homens representam maioria maciça entre os indenizados da Bahia, sendo 80% do público contra apenas 20% de mulheres atendidas pelo seguro DPVAT. 11.026 motoristas estiveram envolvidos nos acidentes, sendo a categoria mais atingida, seguidos por 4.329 pedestres e 3.218 passageiros. A correria faz a ocasião: segundo a Líder, as faixas de horário com mais acidentes são o entardecer e as primeiras horas da noite, entre as 17h e 20h, período conhecido como “a hora do rush”, onde a população está chegando ou saindo do trabalho. “Um dado triste e preocupante da análise feita sobre o pagamento de indenizações é que as vítimas de acidentes com motocicletas são, em sua maioria, jovens em idade economicamente ativa”, frisa. Em todo o estado, pessoas entre 18 e 34 anos formam 45% do público que precisou acionar o seguro.
Diretor-executivo da Seguradora Líder desde 2016, Ismar Tôrres enfatizou a importância do DPVAT como um meio de reparação social ao proteger especialmente os cidadãos mais desfavorecidos. “Em um país com mais de 450 mil mortos no trânsito nos últimos dez anos e com menos de 30% da frota em circulação circulando com algum seguro facultativo contratado, o DPVAT se torna, em muitos casos, o único amparo financeiro de milhares de famílias. A tragédia do trânsito brasileiro muitas vezes transforma em vítima o provedor da casa. Diante deste cenário, o Seguro DPVAT se torna, cada vez mais importante para a sociedade brasileira, principalmente em um momento de constante empobrecimento da população, assolada por uma grave crise econômico-social”.
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