FONTE: , Lucianakotaka, https://www.msn.com/
Quando
estamos imersos em nossas dores passamos por diversos desafios, são dias
sombrios em que não temos energia para realizar as atividades que antes eram
desenvolvidas com prazer. Sabemos a importância de levantarmos todos os dias,
de tomarmos um banho, de prepararmos o café da manhã, mas a coragem não se faz
presente, e assim vamos deixando de realizar pequenas tarefas que são
importantes para a manutenção do nosso bem-estar.
Quem
nos olha de fora não consegue alcançar com a mente como é esse processo, não
tem ideia do quanto o buraco da depressão é fundo, sombrio e assustador. Falar
sobre o assunto é muito mais fácil do que viver a experiência, e quanto mais
nós precisamos de acolhimento e aconchego, mais recebemos receitas prontas de
como devemos agir ou pensar para sairmos da dor.
O
fato é que são muitos os gatilhos que podem disparar a depressão e os fatores
emocionais são sem dúvida os que mais nos levam a mergulhar na sombra, mexendo
justamente com partes nossas das quais gostaríamos de deixar dentro de uma
gavetinha, trancada e esquecida em algum lugar da nossa mente.
Seguimos
a vida tentando a todo custo esquecer o que incomoda, ignoramos diversos sinais
de fumaça que indica que algo não está bem e de repente algo estoura. A dor
transborda e toma conta de cada pedacinho do nosso ser, nos deparamos com a
impotência, a falta de energia e desespero, afinal como arrumar toda a bagunça
interna que há anos vem ignorando?
Vamos
ter que encarar a verdade, cada um em seu próprio tempo irá olhar com carinho
para a ferida que carrega dentro do peito, muitas vezes está há tanto tempo
esquecida na gavetinha que não nos lembramos do que se trata, se tornou
inconsciente, pois quem sabe na época não tínhamos uma percepção afinada para
entender a complexidade da questão. Outras vezes os gatilhos da depressão são
pontuais, como, por exemplo, a pandemia e seus desdobramentos, um momento real
em que não conseguimos controlar nada, em que estamos à mercê de algo que não
enxergamos, mas que está por aí circulando e interferindo em nossas vidas.
Na
verdade, ter controle é um produto da mente, sentimos necessidade de nos
sentirmos no domínio do que está à nossa volta, sendo assim criamos uma falsa
sensação que nos traz conforto, mas é um produto do imaginário, até para que
possamos viver a cada dia de forma mais tranquila. E quando de fato enxergamos
a realidade, é possível que percamos o equilíbrio emocional, e passamos a
sentir as dores que corroem a alma.
Quando reconhecemos que de fato precisamos de alguém que nos ajude, fica mais fácil e leve seguirmos em frente, pois um profissional especializado poderá conduzir você nesse caminho. As dores da alma são invisíveis, não há nada que cure que seja externo a você, é preciso abrir as gavetinhas da vida e olhar para tudo o que foi acumulando lá dentro, tudo o que precisa ser limpo e organizado, e saiba que somente você poderá fazer essa faxina.
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