FONTE: Karina Baracho, TRIBUNA DA BAHIA.
O direito de ir e vir, assegurado pela Constituição, muitas vezes é impossibilitado pela falta de uma rampa, por um batente ou por um veículo estacionado em local proibido. Cenas como estas acontecem diariamente com milhares de pessoas em todo o Brasil.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), na capital baiana, cerca de 20% da população tem algum tipo de deficiência. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% da população de todo o mundo tem mobilidade reduzida.
Para ressaltar a luta contra as dificuldades das pessoas com mobilidade reduzida, neste 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Em comemoração à data, a Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), que também faz 30 anos de atuação, está com uma série de atividades, a partir das 15 horas de hoje, no Quartel de Amaralina, também com a participação da comunidade.
O órgão tem como objetivo a inserção das pessoas com deficiência na sociedade, abdicando assim da postura de “coitadinhos”. “Esse é um dos maiores estigmas e rótulos que a sociedade poderia dar a estas pessoas”, ressaltou a presidente da Abadef, Luisa Câmara.
Acometida por uma estranha doença que a deixou sem andar, mesmo depois de vários tratamentos na rede Sarah, Luisa foi uma das pioneiras nesta luta. “É por esta causa que quero trabalhar, e com essas pessoas quero conviver”. Durante o evento, o diretor-presidente da Tribuna da Bahia, Walter Pinheiro, vai ser homenageado.
“Estou muito honrado em ser distinguido com está homenagem. Acima de tudo por partir de uma instituição que tem desempenhado um importante papel na defesa daqueles que por algum motivo estão com a mobilidade reduzida e dos seus direitos, cujos resultados são muito concretos”, disse em relação à atuação da Abadef.
“Quero saudar em especial Luisa Câmara, que se dedica com um denoto especial no cumprimento das missões que abraçou a esta entidade que sempre esteve ligada à Tribuna da Bahia”, acrescentou.
A assistente social e cantora Silvia Martins nasceu com uma deficiência, usa cadeira de rodas e sabe de perto todas as situações que passa um cadeirante no seu dia-a-dia. “Queremos apenas a garantia dos nossos direitos enquanto cidadãos”, disse ela, que possui duas atividades, além das palestras que ministra sobre o tema, e acrescentou: “Por isso precisamos da participação de toda a sociedade”.
“Todo mundo é capaz de exercer diversas atividades, só que uns precisam de um tempo maior. Mas todo ser humano tem algumas limitações em determinados aspectos”, destacou Silvia se referindo a falta de espaço no mercado de trabalho.
“Muitas vezes, por eu usar cadeira de rodas, as pessoas querem que eu me aposente, mas ainda tenho muito o que desenvolver”, acrescentou.
Segundo Martins, os preconceitos ainda são grandes, além da falta de respeito. “Não respeitam as filas de prioridade, muito menos estacionamentos reservados, sem contar nos lugares reservados em ônibus. Infelizmente, muita gente pensa que os deficientes devem ficar em casa, mas precisamos mudar essa realidade.
Temos que ter um atendimento igualitário e de qualidade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário