segunda-feira, 3 de junho de 2013

VEJA QUE CUIDADOS TOMAR SE VOCÊ TEM GLAUCOMA E ESTÁ PLANEJANDO ENGRAVIDAR...


FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

        

Mulheres com mais de 35 anos devem tomar alguns cuidados extras para ter uma gravidez saudável e zelar desde cedo pelo futuro bebê, como dieta equilibrada, atividade física adequada, repouso e reforço de suplementos vitamínicos.

As que sofrem de glaucoma precisam se planejar ainda mais, pois os cuidados gerais de saúde devem ser tomados antes de engravidar por conta da patologia, capaz de piorar com a gravidez.

A doença provoca lesões no nervo ótico e compromete a visão, podendo levar à cegueira caso não seja tratada. Mas a medicação de controle da elevação da pressão intraocular, à base de colírios com uso diário, pode trazer riscos à saúde do bebê em formação.

A elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo hepático das drogas que ficam mais concentradas na corrente sanguínea, afetando o bebê pela menor troca de oxigênio e nutrientes entre a mãe e o feto através da placenta.

O uso de colírio para tratamento do glaucoma também pode induzir à contração da musculatura uterina, podendo levar à interrupção prematura da gestação. Também pode ocorrer a alteração da frequência cardíaca do feto.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 3% dos defeitos congênitos sejam causados pelo uso de medicamentos ou drogas durante a gravidez. E mesmo que o uso da medicação não seja suficiente para que o bebê nasça com alguma deformidade, pode refletir na sua saúde futura. A boa notícia para as gestantes é que a pressão intraocular geralmente diminui na segunda metade da gestação por causa do aumento da produção de progesterona.

É por isso que a procura tardia por um oftalmologista, já grávida, complica a decisão do profissional de suspender o uso dos colírios e provocar o agravamento do glaucoma ou optar por uma cirurgia para diminuir a pressão intraocular da gestante.

A Food and Drug Administration (FDA), entidade que regula o uso de medicamentos nos Estados Unidos e serve de parâmetro para o mundo, criou uma classificação de segurança, associando o risco na gravidez ao consumo de qualquer medicamento.

Para o FDA, nenhum tipo de colírio pode ser considerado sem risco para o feto por falta de testes com gestantes antes dos lançamentos. Por isso, se a gravidez for planejada é possível realizar testes de suspensão e substituição da medicação de acordo com a gravidade da doença ou fazer a cirurgia antes da gravidez para evitar problemas com anestesia local, garantindo uma gestação mais saudável para a mãe e para o bebê.

A recomendação médica inclui ainda lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, compartilhamento de maquiagem, fronhas e computadores para prevenir a contaminação dos olhos por bactéria ou vírus, uma vez que usar colírio antibiótico ou anti-inflamatório pode comprometer a imunidade do feto.

Outro alerta é que o glaucoma é assintomático no início, com perda do campo visual só na fase mais avançada. Só um acompanhamento periódico nos consultórios oftalmológicos pode verificar a existência dessa ou de outras doenças oculares.

A situação exige ainda mais cuidado e uma vigilância regular no caso de pacientes incluídos no grupo de risco: negras, que têm maior propensão a desenvolver pressão alta, idade acima de 35 anos, portadoras de diabetes e mulheres com histórico familiar de glaucoma.

A mulher que teve alguma complicação visual durante a gravidez deve continuar se cuidando depois do parto. A doença pode melhorar na gravidez e se agravar após o parto, como acontece com o glaucoma.

Outras alterações visuais são revertidas, mas em situações de maior gravidade podem persistir sequelas que precisarão ser identificadas e tratadas por um oftalmologista.  

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