FONTE: CicloVivo, TRIBUNA DA BAHIA.
Pesquisadores da Universidade da
Califórnia (UCLA), em Santa Barbara, Estados Unidos,
estão estudando a canela, uma casca aromática, usada em diferentes pratos e
infusões. O objetivo é estabelecer sua possível ação no combate a doenças
comuns que acometem a população mundial, como Alzheimer e diabetes.
A pesquisa se concentra em dois compostos
presentes na canela – o cinamaldeído e a epicatequina – que ajudariam a
retardar (e até a prevenir) o desenvolvimento dos “nós” filamentosos nas
células cerebrais, que caracterizam a doença neurodegenerativa.
Esses “nós” se formam pelo
acúmulo da proteína tau, que
desempenha um papel importante na estrutura e funcionamento dos neurônios. Os pesquisadores acreditam que o
cinamaldeído, composto responsável pelo sabor da canela, pode proteger essa
proteína do estresse oxidativo pela capacidade de se unir aos resíduos de um
aminoácido, a cisteína. As proteínas tau são vulneráveis a modificações, um
fator que contribui para o desenvolvimento do mal de Alzheimer.
Segundo Donald Graves,
professor-adjunto do Departamento de Biologia Molecular da UCLA, “de certa
forma, o cinamaldeído funciona como uma capa: além de proteger as proteínas tau,
unindo-se aos resíduos da cisteína, também é capaz de se desprender, o que
garantiria o correto funcionamento das proteínas”.
Já a epicatequina – presente
também em alimentos como
morango, chocolate e vinho tinto – demonstrou ser um potente antioxidante. Além
de deter o processo de oxidação, também interage com as cisteínas da proteína
tau, e sua ação protetora é semelhante à do cinamaldeído.
Estudos indicam que há uma ligação estreita
entre a diabetes Tipo 2 e a incidência do mal de Alzheimer, já que os níveis
elevados de glicose – típicos da diabetes – aumentam a produção de elementos
reativos ao oxigênio, um processo que leva ao estresse oxidativo. Nesse
sentido, estudos anteriores já haviam comprovado os efeitos positivos da canela
no controle dos níveis de glicose no sangue e em outros problemas associados à
diabetes.
Resta esperar pelos resultados finais da
nova pesquisa, mas tudo indica que as substâncias presentes na canela podem
ajudar a prevenir o aparecimento – ou retardar o avanço – da forma mais comum
de demência.
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