sábado, 17 de agosto de 2013

DEZ ERROS NA HORA DE PEDIR DEMISSÃO...

FONTE: Alessandra Oggioni/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

                 

Pedir demissão é sempre um momento delicado. Como dizer que está se desligando da empresa sem cometer gafes? Por mais que se tenha convivido com um chefe linha-dura ou enfrentado a falta de reconhecimento da companhia, este é o momento de contornar as mágoas e ser educado.

Claro que todo mundo  que pede demissão o faz porque está insatisfeito com alguma coisa. É importante para a empresa saber os reais motivos do desligamento, mas é necessário tomar cuidado para relatar as causas da saída de forma coerente, equilibrada e profissional. “Pontue as razões de sua decisão de maneira honesta e transparente, mas sempre com foco positivo, a fim de contribuir para o aprimoramento da empresa e da equipe como um todo. Isso demonstra maturidade e certamente você sairá com uma imagem positiva”, declara Moacyr Schittino, consultor de Recursos Humanos da Jobz Consulting.

Por isso, na hora de dizer adeus, nada de “chutar o balde”, dizer que estava de “saco cheio” ou sair “alfinetando” o chefe. Afinal, o ex-gerente de hoje pode se tornar o futuro líder de amanhã. “Apesar de o mundo ser dinâmico, os setores do mercado são muito pequenos, e os profissionais tendem a se esbarrar a todo instante”, comenta o consultor Eduardo Zugaib, especialista nas áreas de desenvolvimento humano e performance organizacional.

Veja os principais erros a evitar na hora de sair de um trabalho.


Erro 1: Anunciar a demissão primeiro aos colegas.
Sair falando aos quatro ventos que irá pedir demissão sem ter comunicado o seu chefe antes pega muito mal. Por mais que se peça sigilo, o burburinho será inevitável, o que poderá comprometer a sua imagem profissional. Por isso, antes de comentar com alguém sobre a sua decisão, fale sempre com seu superior direto – até mesmo porque ele pode fazer uma contraproposta que convença você a ficar.


Erro 2: Inventar desculpas para a saída.
Muitas pessoas inventam histórias mirabolantes quando pedem demissão porque temem falar sobre os motivos que as levaram a deixar a empresa. Não precisa dizer que está largando o emprego para cuidar de um parente, que vai mudar de cidade ou se dedicar a outros projetos se estas razões não forem reais. “Eu sempre falo que nunca se deve mentir. Seja verdadeiro e não crie situações que possam lhe comprometer no futuro”, aconselha o escritor Luiz Gabriel Tiago, especialista em educação corporativa e autor do livro “Gentileza no Trabalho” (Editora Ideias e Letras).


Erro 3: Atribuir a saída da empresa ao chefe?
Mesmo que a razão da demissão seja o mau relacionamento com o chefe, trate a situação com distanciamento, apontando o estilo de trabalho e não a pessoa em si. “Caso o gerente questione se a sua decisão teve algo a ver com a relação entre vocês, seja sincero sem ser cruel. Lembre-se que assertividade não significa agressividade, assim como objetividade não significa grosseria”, afirma o consultor Eduardo Zugaib. Uma coisa é dizer “não gosto de você”, outra é explicar “não concordo com o método de trabalho”.


Erro 4: “Lavar a roupa suja” na hora do desligamento.
Caso você realmente decida deixar o emprego por causa de alguém, evite “lavar a roupa suja” no momento de pedir demissão. “Ninguém pode sair de uma empresa porque não se dá bem com um chefe ou com qualquer colega de trabalho. Esse tipo de problema no relacionamento interpessoal deve ser resolvido antes, de forma profissional, enquanto se está lá e não na hora de ir embora”, explica o especialista Luiz Gabriel Tiago.


Erro 5: Sair falando mal da empresa para todo mundo.
Agora que você tomou a decisão de sair da empresa, de que adianta ficar dizendo que ela não valoriza os funcionários ou que não paga bem? “Falar mal do antigo empregador é uma atitude que não condiz com um profissional que se preocupa com valores – principalmente o respeito”, defende Luiz Gabriel. O melhor a fazer é se resguardar, para não ficar com fama de fofoqueiro ou reclamão.


Erro 6: Exaltar demais o novo trabalho aos colegas.
Mesmo que se vá para um lugar maior, mais estruturado e desejado pelos profissionais do seu setor, ficar tripudiando em cima de quem ficou na empresa anterior é uma prática que mais destrói do que constrói pontes. O consultor Eduardo Zugaib aconselha tratar a situação apenas como um novo desafio que vai fazê-lo crescer ainda mais na carreira, sempre respeitando aqueles que ficaram.


Erro 7: Sair anunciando para onde vai.
Você tem todo o direito de preservar sua vida pessoal e profissional. Por isso, não se sinta obrigado a dizer para qual empresa está indo. “Se não quiser contar para os colegas e para o chefe onde vai trabalhar, simplesmente diga que a própria empresa pediu sigilo na contratação, mas assim que estiver se estabelecido e exercendo sua nova função, enviará os contatos”, orienta o consultor Moacyr Schittino.


Erro 8: Mostrar que está saindo só por causa do salário.
Se o motivo do desligamento for exclusivamente uma proposta financeira melhor, seja cauteloso na exposição. Neste caso, é aconselhado agir com transparência, mas com uma certa dose de jogo de cintura. Pode-se dizer que o salário será melhor, mas ressalte também outros pontos positivos além do dinheiro, como possibilidade de crescer na carreira ou que receberá uma bolsa de estudos, por exemplo.


Erro 9: Deixar a empresa na mão.
Quando alguém pede demissão, deve-se levar em consideração que a atual empresa precisará encontrar alguém para substituí-lo. Sempre que possível, procure cumprir o aviso prévio ou combine um tempo justo com os superiores para conseguir deixar tudo em ordem. Lembre-se: até que você saia efetivamente de lá, o seu compromisso é com o atual empregador. Além disso, “segurar as pontas” demonstra responsabilidade, o que certamente será uma atitude bem vista por todos, inclusive pelo novo contratante.

Erro 10: Não formalizar a decisão.

Sempre que for deixar um emprego, é necessário formalizar o seu pedido de demissão por meio de uma carta – pode até ser escrita de próprio punho. O documento é uma prova segura que tanto o empregado como o empregador têm para o cumprimento do aviso prévio e para fazer os cálculos de recisão. “Faça uma carta breve, sem tom agressivo e extremamente profissional. Grandeza e gratidão são valores que costumam deixar as portas sempre abertas”, ressalta Eduardo Zugaib.

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