FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Um levantamento do
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que mais de cem mil
homicídios deixaram de ser contabilizados nos últimos 15 anos no Brasil.
De 1996 a 2010, cerca
de 130 mil homicídios não entraram nas estatísticas de mortes violentas do
Brasil, o que representa 8,6 mil homicídios não registrados por ano. A
descoberta foi feita pelo pesquisador do instituto Daniel Cerqueira que
analisou os dados de mortes por causas indeterminadas do Datasus, Banco de
dados do Sistema Único de Saúde, criado pelo Ministério da Saúde. A pesquisa
foi divulgada no programa "Fantástico" (Rede Globo) na noite deste
domingo (4).
Segundo Cerqueira,
nos últimos 15 anos, 175 mil pessoas foram mortas de forma violenta por causas
indeterminadas no Brasil, entre as quais o Estado não sabe explicar a causa da
morte.
Após a pesquisa,
descobriu-se que 74% das mortes indeterminadas se tratavam de homicídios. Desta
forma, concluiu-se que a taxa de homicídios no Brasil é 18,65% maior do que se
diz hoje.
Para o pesquisador, a
falta de comunicação entra a polícia e as secretarias municipais de saúde que
notificam os casos de morte é uma das causas que levam ao déficit estatístico.
A secretária Nacional
de Segurança Pública, Regina Miki, afirmou ao programa que os dados do
Ministério da Saúde são "excelentes para desenvolver política para a
saúde", mas "tardios e às vezes equivocados" para a segurança
pública. Ela também diz que o governo federal planeja implantar um sistema de
informação mais confiável.
Em nota ao "Fantástico",
o Ministério da Saúde disse que está melhorando o sistema de coleta e análise
destes dados e informou que o número de mortes sem causa determinada caiu de 10
a 7% entre 2011 e 2012.
Rio lidera ranking
de assassinatos não contabilizados.
Sete Estados lideram o ranking de
homicídios não contabilizados, segundo o levantamento, que calculou a média de
assassinatos entre 2007 e 2010 para cada 100 mil habitantes.
Os Estados são, na ordem: Rio de
Janeiro, com taxa de 16,2, Bahia (10,9), Rio Grande do Norte (7,7), Pernambuco
(5), Roraima (4,2), Minas Gerais e São Paulo (ambos com 4,1), ainda conforme a
pesquisa.
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