FONTE: DO RIO, DE BRASÍLIA (www1.folha.uol.com.br).
O governo lançou, na manhã de
segunda-feira (12), a Pesquisa Nacional de Saúde. De forma inédita, Ministério
da Saúde e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pretendem
medir a saúde dos brasileiros colhendo exames de sangue e urina, para além da
aplicação dos tradicionais questionários.
A partir desta segunda, o
governo pretende entrar em 80 mil domicílios distribuídos em 1.600 cidades para
reunir informações sobre hábitos de alimentação, tabagismo, frequência de
realização de exames e práticas de atividades físicas.
Em um quarto dessa amostra, o
governo quer realizar exames: aferição da pressão; medição de peso, altura e
circunferência abdominal; e coleta de sangue e urina para a realização de
exames, algo nunca feito no país nessas proporções.
A coleta do material não é
obrigatória e só será feita em pessoas com 18 anos ou mais. O resultado dos
exames será devolvido às pessoas que participaram da pesquisa, como uma espécie
de check-up.
Segundo Jarbas Barbosa,
secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, os exames servirão
para dar maior precisão às estatísticas sobre a prevalência da hipertensão,
diabetes, colesterol e anemia falciforme --hoje muito baseadas em informações
prestadas pelos próprios brasileiros.
O governo também quer
investigar o grau de consumo de sal no país e testar a suscetibilidade para os
quatro subtipos da dengue (como forma de avaliar riscos de surtos em
determinadas regiões e preparar o terreno para a eventual chegada da vacina
contra a doença).
O material será processado em
um único local, como forma de manter a padronização dos resultados. Essa parte
ficará sob responsabilidade do hospital Sírio Libanês.
As coletas devem ser feitas
até o final do ano, e a análise do material deve ser iniciada nos primeiros
meses de 2014, segundo a Saúde.
A ideia é que o material
colhido dos brasileiros fique armazenado em um banco, disponível para
comparações futuras e pesquisas de universidades, que poderão comparar dados
nacionalmente, regionalmente e localmente e, ainda, fazer a diferenciação entre
capital e interior do país.
Concluída a pesquisa, num
segundo momento o ministério vai avaliar se, eticamente, pode usar o sangue
colhido para medir a prevalência do vírus HIV na população. A pasta também
estuda fazer essa aferição via outra pesquisa (a PCAP), mais detalhada e
voltada ao comportamento sexual dos brasileiros.
Já a parte de questionários
servirá para que o governo complete uma década de questões sobre a saúde dos
brasileiros; outras rodadas foram feitas em 2003 e 2008.
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