FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Segunda-feira é dia de festa na
ala pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Os motivos têm
quatro patas e pelos fartos: são os cães da ONG Patas Therapeutas, que fazem
visitam periódicas às crianças internadas. O resultado imediato é o sorriso da
molecada e em curto prazo a equipe já percebe maior adesão ao tratamento e
atitudes mais sociáveis.
Namour e Maria Eduarda têm ambos
seis anos. Ele é um dócil golden retriever em busca de
carinho. Ela, uma garotinha que se trata de um câncer no sistema nervoso. Assim
que se viram no hospital, ela olhou com desconfiança para Namour. Só ousou
encostar nos pelos dourados do animal, após o estímulo do pai e da mãe. Ainda
ressabiada, a menina foi perdendo o medo. No fim, já estava abraçado ao
cachorro que, além de ter sua idade, tem praticamente sua altura.
Maria Eduarda teve um neuroblastoma, câncer
infantil que tem incidência maior do que a leucemia. Já retirou o tumor e agora
está fazendo o tratamento padrão. E agora sabe que, exceto a primeira
segunda-feira de cada mês, em todas as outras ela poderá ter o dia preenchido
por mais carinho, este por conta de um ser de quatro patas.
“As crianças deixam sua família,
escolas, amiguinhos e às vezes até animais de estimação para ficarem aqui, se
submetendo a tratamentos que são
dolorosos. O que a gente faz é pegar o mundo de fora e trazer para dentro do
hospital”, explica Silvana Fedeli Prado, fundadora da ONG Patas Therapeutas. “A
gente resgata todo esse vínculo afetivo, eleva a autoestima das crianças”.
E é bem assim. Marcus Vinicius Francisco, um
garoto de 13 anos que está internado há pouco mais de um mês, ficou só sorrisos
quando Paraná, um dos cães, que não tem raça definida, subiu no leito para lhe
fazer companhia. Kayla Carvalho, garota de nove anos em tratamento contra uma
leucemia, também teve seu momento com Paraná: pôde passear com o cãozinho
veterano em terapia assistida. Paraná tem 14 anos.
O diretor da pediatria da Santa Casa de
Misericórdia, Rogério Pecchini, diz que a terapia assistida com animais é
fantástica. “Além de trazer alegria durante as visitas, porque tem a questão do
inusitado, a criança se mobiliza, melhora o humor, a adesão ao tratamento e
socialização com a equipe. Qualquer coisa que possa induzir uma distração para
as crianças é importante”, comenta.
E o bom é que ninguém corre o risco de levar
uma mordida. “Os animais são escolhidos pela ONG pela docilidade e capacidade
de serem controlados, e são acompanhados pelos seus donos, que também são
voluntários. ”Nunca houve nenhum incidente provocados por esses animais."
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