Contemplando uma criança que dorme, tranquila, no
berço, descobrimos o quão frágil é o ser humano e o quanto deve a uma mulher
chamada mãe.
Quem quer que olhe para o próprio umbigo há de
recordar da estreita ligação para com sua mãe que, durante nove meses, o
alimentou, agasalhou, abrigou e protegeu em seu ventre.
E as primeiras noções de vida todos as recebemos de
nossa mãe. Foi ela quem nos apontou o jardim e nos fez descobrir a borboleta
colorida, a flor e o espinho, a chuva e o sol, a beleza do arco-íris.
Enquanto nós seguíamos as formigas do jardim, no
seu ir e vir de carregadeiras incansáveis, foi ela quem nos falou da
persistência e do trabalho.
Enquanto nos apontava a aranha, tecendo a sua teia,
após o vento forte a ter destruído mais de uma vez, foi nossa mãe quem nos
falou da paciência e dos milagres que ela produz.
E quando, nas primeiras brincadeiras, alguém nos
derrubava, era sempre ela quem nos lecionava o perdão.
Quando começamos a perceber as diferenças entre
crianças e adultos, velhos e moços, foi nossa mãe quem nos segredou aos ouvidos
os valores do respeito e da consideração.
Na infância ela consertou nossos brinquedos,
costurou a roupa nova para a boneca que havia sido esquecida na chuva.
Na adolescência, mais de uma vez consertou-nos o
coração despedaçado pelos primeiros pequenos reveses no namoro.
Nosso primeiro sorriso foi a imitação do seu e foi
ela quem nos ensinou a utilizá-lo para quebrar o gelo, ou para iniciar um
pedido de desculpas.
Enquanto pequenos, ela nos fez sempre sentir
protegidos e amados. Quando a curiosidade nos fez estender o dedo em direção ao
besouro e ele grudou ali, foi para ela que corremos, em busca do socorro.
Quando o cãozinho pulou e nos fez cair,
lambendo-nos o rosto, em manifestação de carinho, apavorando-nos, foi ela quem
nos tomou nos braços, sossegou e depois nos ensinou que, por vezes, as
criaturas não sabem expressar muito bem seu afeto e que as devemos ensinar.
Foi ela quem nos desvendou o segredo das cores, dos
números e das letras, mesmo antes de adentrarmos os bancos escolares. E tudo de
maneira informal, como uma doce brincadeira que nos permitia aprender, sem
cansar.
Incentivando-nos à pesquisa, quantas vezes ela nos
permitiu incursões de aventura em seu armário e suas gavetas, deixando-nos
descobrir tesouros maravilhosos, entre bijuterias, colares, anéis, lenços e
tantas outras coisas miúdas, que eram todo nosso encantamento.
Seus livros foram os primeiros que nos enriqueceram
o intelecto. Livros usados, marcados a caneta, lápis ou pedacinhos de papel.
Livros cheios de anotações que nos ensinaram como se devia ler, anotando,
perguntando, pesquisando.
As músicas de sua predileção foram as que nos
embalaram a infância, junto com as canções da sua voz que nos acalmavam nas
noites de chuva forte, raios e trovões.
E, mais do que tudo, porque desde o primeiro
instante detectou que somos um Espírito imortal, plantou com imenso carinho a
lição do amor em nós.
Seu intuito era que o que quer que nos tornássemos
a serviço do mundo, soubéssemos que, acima de tudo, onde quer que estejamos, o
que quer que façamos, o ser a quem devemos sempre servir é nosso irmão em
humanidade.
Redação do Momento Espírita.
Redação do Momento Espírita.
"A
maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua
divulgação." Chico Xavier –
Emmanuel.
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