FONTE: Estadão
Conteúdo, CORREIO DA BAHIA.
Combinações de
medicamentos para aids são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para
melhorar a adesão ao tratamento e garantir melhor qualidade de vida para
pacientes.
O medicamento que associa tenofovir e lamivudina,
combinação de duas drogas usadas para tratamento de pacientes com aids, deverá
começar a ser distribuído pelo governo no próximo mês. Este é o tempo estimado
para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceda o registro
de produção para Farmanguinhos, laboratório público que, ao lado da empresa
Blanver, vai fabricar o remédio no País. Combinações de medicamentos para aids
são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para melhorar a adesão ao
tratamento e garantir melhor qualidade de vida para pacientes.
Terapias para soropositivos são feitas a partir da
indicação de várias drogas, prática que no passado ganhou o apelido de
“coquetel”. Pacientes podem ingerir até mais de dez comprimidos diferentes por
vez. “Daí a importância das associações. Elas trazem menos incômodos, tornam a
vida do paciente mais prática”, afirma a infectologista Lígia Raquel Brito. A
chegada do medicamento combinado no SUS é aguardada há tempos. “Sou questionada
com frequência pelos pacientes. O anúncio do projeto gerou muita expectativa
entre eles”, completa.
Atualmente, dos 310 mil soropositivos em tratamento do
SUS, 73 mil usam em seu esquema terapêutico tenofovir e lamivudina.
$Parceria.$ Divulgada em 2012, a parceria para
desenvolvimento da droga previa, de acordo o presidente da Blanver, Sergio
Frangioni, a oferta do produto no segundo semestre do ano passado. Ele conta
que a empresa depositou o pedido de registro da droga na Anvisa em outubro de
2012. A autorização foi concedida em dezembro. “Já há condições para produção,
entrega da droga para o Ministério da Saúde. Mas não recebemos por enquanto
nenhuma sinalização”, conta Frangioni.
Para que isso seja feito, é preciso que Farmanguinhos
também seja liberada pela Anvisa para a execução do projeto. “Entendemos a
expectativa. Mas o desejo empresarial não pode se sobrepor à segurança e à
certeza de eficácia do medicamento”, afirmou o secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. O
laboratório Blanver foi responsável por desenvolver a combinação. No acordo de
transferência de tecnologia, a empresa fica encarregada de, progressivamente,
repassar a técnica de produção para Farmanguinhos. Em troca, a Blanver tem a
garantia que, ao longo de cinco anos, será o único a vender ao governo. A
associação dos medicamentos foi anunciada como uma promessa de economia. A
estimativa era de que o preço fosse 20% inferior ao que é pago pelo governo na
aquisição de tenofovir e lamivudina, separadamente.
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