FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Cervejas artesanais e com sabores inovadores estão em
alta. Mas a versão que leva formiga saúva, tucupi negro e figo em calda pode
causar reações diversas no consumidor: espanto, curiosidade e até repulsa.
Criada no final de 2013 pelos donos da Lamas Bier, pelo médico Marcelo Cury e
pelo dono do Empório Sagarana, Paulo Leite, a bebida inusitada, apresentada na
feira gastronômica O Mercado, atraiu interessados no processo de fabricação da
cerveja.
Fundada por cinco amigos – quatro
físicos e um economista – em setembro de 2011, a Lamas Bier vende produtos para
consumidores que gostam de fazer a própria cerveja, fornecendo matérias-prima,
equipamentos e até livros sobre esta ciência. A turma, uma confraria conhecida
no meio cervejeiro, se conheceu graças à
paixão pela bebida e teve a ideia de criar uma loja nos moldes das que
encontraram nos Estados Unidos, diante da falta de opções de insumos e máquinas
do mercado nacional.
“Fizemos do nosso hobby o nosso
trabalho”, conta Alessandro Morais, economista e um dos sócios do negócio. O
investimento inicial foi próprio e custou para os empresários cerca de R$ 180
mil.
“Uma das ideias é justamente mostrar que
fazer cerveja em casa é um processo simples. Nossa ideia é desmitificar todo
esse processo”, conta Morais.
Hoje, a empresa tem duas lojas
físicas, uma em Campinas e outra na cidade de São Paulo; no final de março,
será aberta uma unidade em Belo Horizonte. A Lamas Bier também tem um site de vendas
chamado Lamas Brew Shop. Até o final do ano, mais dois estabelecimentos
começarão a funcionar.
Como não é possível estar em dois lugares ao
mesmo tempo, Alessandro Morais conta que a loja da capital mineira terá um
sócio local, alguém do círculo de amizade dos donos da empresa, para gerenciar
a unidade.
Em 2013, o faturamento apurado da empresa
foi de R$ 2,5 milhões. A previsão para 2014 é de R$ 4,2 milhões. Para 2015, com
a abertura de novas lojas, a projeção é ainda mais otimista: R$ 5,6 milhões.
Cerveja para todos.
Segundo o economista e empresário, o grande
desafio de uma empresa que atende a um nicho de mercado é atingir o público
mais leigo, com pouco ou nenhum conhecimento sobre a produção de cerveja, mas
com vontade de aprender.
Com a criação da bebida à base de formiga
saúva, Morais diz que a ideia é mostrar que qualquer um consegue fazer cerveja
da forma que quiser. Para ajudar os interessados, os sócios ministram cursos
sobre como produzir artesanalmente o líquido de lúpulo e cevada, com a inclusão
de ingredientes inusitados, testando sabores.
Sobre a cerveja de saúva – que recebeu o
nome de Saison Saúva –, Alessandro Morais conta que não é possível
comercializá-la, pois o Ministério da Agricultura e a Anvisa não permitem que
haja ingredientes animais na receita da bebida. Entretanto, o vídeo que ensina
como produzir a bebida está disponível na internet.
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