Um estudo
realizado nos Estados Unidos sugere que a retenção da urina pode ajudar a
mentir de forma mais convincente.
A pesquisadora Iris Blandón-Gitlin liderou uma equipe na Universidade Estadual da Califórnia, em Fullerton, Estados Unidos, e pediu a 22 voluntários para completar um questionário sobre polêmicos temas sociais ou morais.
O grupo foi dividido em dois e, 45 minutos antes de entrevistá-los, os pesquisadores fizeram com que metade bebesse 700 ml de água enquanto a outra metade bebeu apenas 50 ml.
Cada participante tinha que mentir sobre dois temas sobre os quais tinham uma opinião muito clara.
O resultado foi que os pesquisadores detectaram muito mais facilmente as mentiras ditas no grupo dos que tinham bebido menos água.
Contágio
Os pesquisadores afirmam que o resultado deste estudo dá mais sustentação à teoria do "contágio do efeito inibitório".
De acordo com essa teoria, os benefícios do autocontrole em uma área se estendem a outras, se as duas ações acontecerem de forma simultânea.
Isso significa que o ato de controlar a bexiga nos ajudaria a controlar também o complexo processo que envolve contar uma mentira.
"Mentir requer o uso de muitos recursos mentais", afirmou Iris Blandón-Gitlin.
Manipular a informação, assim como omitir os detalhes irrelevantes para produzir uma história plausível, enquanto monitora a própria conduta e a de quem o escuta, são algumas das tarefas que o mentiroso deve executar.
Mentir e controlar a bexiga envolvem as mesmas áreas do cérebro
Diferentemente de quando falamos a verdade, mentir requer um alto grau de controle.
Mecanismos compartilhados
Para a pesquisadora americana, o estudo sugere que as atividades que necessitam de mais autocontrole compartilham mecanismos comuns no cérebro. Por essa razão, quando exercemos algum tipo de controle podemos estar facilitando o controle em outra área.
"São objetivamente diferentes, mas, no cérebro, não. Não têm um campo específico. Quanto você ativa a rede de controle inibitória em um campo, os benefícios se estendem a outras áreas", disse Iris Blandón-Gitlin.
Por outro lado, e curiosamente, exercer o autocontrole em uma sequência de ações e não de forma simultânea parece ter o efeito contrário.
Segundo um estudo publicado por Mirjam Tuk, do Imperial College de Londres, uma experiência na qual se pedia aos voluntários para controlar suas emoções enquanto assistiam a um filme fez com que eles comessem menos batatas durante a exibição do filme. Mas eles acabaram comendo mais batatas quando tiveram acesso ao alimento mais tarde.
Tuk também fez um estudo em 2011 que descobriu que as pessoas com bexigas cheias resistiam melhor a impulsos de curto prazo e tomavam decisões que levavam a maiores recompensas no longo prazo.
Mirjam Tuk afirmou à revista New Scientist que o novo estudo não acrescenta muito à compreensão do controle de impulsos, mas os resultados "fornecem uma confirmação importante da hipótese de que o controle da bexiga tem impacto no comportamento humano".
Iris Blandón-Gitlin afirmou que seu estudo não sugere que determinadas pessoas sejam mais mentirosas como consequência da "técnica da bexiga cheia".
O que mostra, segundo a pesquisadora, é que enganar os outros é mais fácil com a implementação desse procedimento, sempre e quando o desejo de urinar não seja excessivo.
"Se for suficientemente intenso para a pessoa se manter alerta, pode ajudá-la a se concentrar e ser um mentiroso melhor", disse.
A New Scientist também entrevistou Aldert Vrij, professor de Psicologia Social da Universidade de Portsmouth e especialista em detectar pistas verbais e não verbais quando alguém conta uma mentira. Ele afirmou que ainda é prematuro discutir as implicações de um pequeno estudo, mas acrescentou que publicar pesquisas sobre como transformar as pessoas em mentirosos melhores levanta algumas preocupações éticas.
A pesquisadora Iris Blandón-Gitlin liderou uma equipe na Universidade Estadual da Califórnia, em Fullerton, Estados Unidos, e pediu a 22 voluntários para completar um questionário sobre polêmicos temas sociais ou morais.
O grupo foi dividido em dois e, 45 minutos antes de entrevistá-los, os pesquisadores fizeram com que metade bebesse 700 ml de água enquanto a outra metade bebeu apenas 50 ml.
Cada participante tinha que mentir sobre dois temas sobre os quais tinham uma opinião muito clara.
O resultado foi que os pesquisadores detectaram muito mais facilmente as mentiras ditas no grupo dos que tinham bebido menos água.
Contágio
Os pesquisadores afirmam que o resultado deste estudo dá mais sustentação à teoria do "contágio do efeito inibitório".
De acordo com essa teoria, os benefícios do autocontrole em uma área se estendem a outras, se as duas ações acontecerem de forma simultânea.
Isso significa que o ato de controlar a bexiga nos ajudaria a controlar também o complexo processo que envolve contar uma mentira.
"Mentir requer o uso de muitos recursos mentais", afirmou Iris Blandón-Gitlin.
Manipular a informação, assim como omitir os detalhes irrelevantes para produzir uma história plausível, enquanto monitora a própria conduta e a de quem o escuta, são algumas das tarefas que o mentiroso deve executar.
Mentir e controlar a bexiga envolvem as mesmas áreas do cérebro
Diferentemente de quando falamos a verdade, mentir requer um alto grau de controle.
Mecanismos compartilhados
Para a pesquisadora americana, o estudo sugere que as atividades que necessitam de mais autocontrole compartilham mecanismos comuns no cérebro. Por essa razão, quando exercemos algum tipo de controle podemos estar facilitando o controle em outra área.
"São objetivamente diferentes, mas, no cérebro, não. Não têm um campo específico. Quanto você ativa a rede de controle inibitória em um campo, os benefícios se estendem a outras áreas", disse Iris Blandón-Gitlin.
Por outro lado, e curiosamente, exercer o autocontrole em uma sequência de ações e não de forma simultânea parece ter o efeito contrário.
Segundo um estudo publicado por Mirjam Tuk, do Imperial College de Londres, uma experiência na qual se pedia aos voluntários para controlar suas emoções enquanto assistiam a um filme fez com que eles comessem menos batatas durante a exibição do filme. Mas eles acabaram comendo mais batatas quando tiveram acesso ao alimento mais tarde.
Tuk também fez um estudo em 2011 que descobriu que as pessoas com bexigas cheias resistiam melhor a impulsos de curto prazo e tomavam decisões que levavam a maiores recompensas no longo prazo.
Mirjam Tuk afirmou à revista New Scientist que o novo estudo não acrescenta muito à compreensão do controle de impulsos, mas os resultados "fornecem uma confirmação importante da hipótese de que o controle da bexiga tem impacto no comportamento humano".
Iris Blandón-Gitlin afirmou que seu estudo não sugere que determinadas pessoas sejam mais mentirosas como consequência da "técnica da bexiga cheia".
O que mostra, segundo a pesquisadora, é que enganar os outros é mais fácil com a implementação desse procedimento, sempre e quando o desejo de urinar não seja excessivo.
"Se for suficientemente intenso para a pessoa se manter alerta, pode ajudá-la a se concentrar e ser um mentiroso melhor", disse.
A New Scientist também entrevistou Aldert Vrij, professor de Psicologia Social da Universidade de Portsmouth e especialista em detectar pistas verbais e não verbais quando alguém conta uma mentira. Ele afirmou que ainda é prematuro discutir as implicações de um pequeno estudo, mas acrescentou que publicar pesquisas sobre como transformar as pessoas em mentirosos melhores levanta algumas preocupações éticas.
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