Cientistas no Japão
anunciaram que estão mais perto de criar em laboratório rins totalmente
funcionais, após testes promissores em porcos e ratos.
Em um estudo
divulgado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS), a
equipe de pesquisadores da Universidade Jikei, em Tóquio, explica que os
órgãos, desenvolvidos a partir de células-tronco, foram transplantados para os
animais e funcionaram como rins naturais no que diz respeito à passagem de
urina -- anteriormente, essa operação tinha sido um problema, com a pressão da urina
causando inchaços.
Fila.
O problema foi
resolvido com a criação de mais canais para o escoamento do líquido.
O anúncio dos
cientistas japoneses representa uma esperança para as milhares de pessoas no
mundo que estão na fila de espera para transplantes de rim. No Brasil, segundo
diversas entidades, há pelo menos 35 mil pessoas na fila.
Existem no mundo
outros projetos de criação de órgãos em laboratório, mas o que faz o projeto da
Universidade Jikei diferente é que ele também inclui a criação de uma bexiga
extra. Quando conectada ao aparelho urinário de ratos, o conjunto funcionou por
pelo menos oito semanas sem problemas.
Os mesmos resultados
foram obtidos nos testes com os porcos.
"Trata-se de um
interessante passo adiante. Os dados relacionados aos testes com animais são
fortes", afirma Chris Mason, especialista em células-tronco da University
College London.
"Mas não podemos
dizer se vai funcionar em humanos. Ainda estamos anos longe disso. Mas no caso
dos rins, ao menos temos terapias como a diálise, que podemos usar em pacientes
enquanto crescemos rins em laboratório quando isso for possível".
Outras técnicas sendo
estudadas por cientistas incluem o "rejuvenescimento de órgãos". Na
Universidade Harvard, nos EUA, a equipe chefiada por Harald Ott desenvolveu uma
técnica que "lava" o tecido de órgãos mortos e deixa um estrutura que
pode ser "repopulada" com novas células. Ott e sua equipe já
conseguiram desenvolver rins e pulmões com essa técnica.
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