quarta-feira, 30 de setembro de 2015

CONHEÇA OS BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

Redução do estresse, aumento do bem estar, estímulo da criatividade, fortalecimento de sistema nervoso e imunológico, saiba quais são os inúmeros benefícios dessa pratica para nossa saúde.


Prestar atenção na respiração, na forma como se inspira o ar, mas também quando se expira, mantendo a mente mais “calma” (com menos caos de pensamentos) é algo que todos já ouviram falar que faz bem, mas quanto bem realmente faz?
Segundo Dr Fábio Cardoso clínico geral especialista em medicina funcional são tantos os benefícios do ato de praticar a meditação regularmente que se ela fosse um remédio seria com certeza o mais prescrito no mundo.
Regeneração cerebral, ajuda na recuperação de doenças, melhora dos sintomas da ansiedade com as técnicas de respiração, capacidade de disciplinar a mente e melhora do foco, são apenas alguns dos muitos ganhos que essa prática nos trás segundo o doutor.
Mas o que é meditação?
Enquanto muitas pessoas ainda associam a meditação com a arte de “pensar em nada”, na verdade o que ocorre é exatamente o oposto, de acordo com o Dr. Craig Hassed, palestrante sênior na Monash Medical Faculty.
“Todas as práticas de meditação envolvem o treinamento da atenção, mas também o treinamento da atitude de aceitação e não reatividade, bem como atenção com a respiração e o corpo”, ele nos explica.
Então, como o Dr. Fábio ressalta, ao invés de pensar em nada, a prática real da meditação diz respeito a reconhecer adequadamente todos os nossos pensamentos, treinar nosso cérebro para sair de sua definição padrão de deixar a vida passar.
E se você praticar a meditação regularmente, os pesquisadores acreditam que ela pode ter efeitos maravilhosos em seu cérebro. Há mais de 5 décadas a comunidade científica ocidental reúne dados sobre os benefícios da prática de meditar, e o melhor: você não precisa ser um monge budista para aproveitar estas vantagens. E dá para colocar sim a prática no teu dia a dia.
Dentre as vantagens que surgem da prática regular da meditação e com boa comprovação científica, Dr Fábio destaca:
-- Redução do estresse e ansiedade
-- Aumento de satisfação e melhor desempenho no ambiente de trabalho;
-- Diminuição da insônia e depressão;
-- Aumento de bem-estar e autoestima;
-- Estímulo da criatividade, inteligência e memória;
-- Fortalecimento do sistema nervoso e imunológico;
-- Redução da pressão arterial e de dores de cabeça;
-- Diminuição do consumo do tabaco, do álcool e de drogas ilícitas.
Mas existem cada vez mais indícios científicos que a meditação pode ser uma ferramenta muito interessante para gerar longevidade com qualidade. Vejamos algumas pesquisas mais recentes: 
Integridade do DNA.
Publicado no prestigiado jornal Cancer descobriu que a meditação foi capaz de alterar fisicamente as células de sobreviventes de câncer de mama.
O projeto realizado no Tom Baker Cancer Center, no Canadá, notou que técnicas de redução de estresse e ioga deram sequência ao tratamento “tradicional” da doença.
Na pesquisa, os 88 participantes convidados tinham em média 55 anos. Eles eram sobreviventes de câncer de mama – com até dois de pós-tratamento – e continuavam sentindo problemas emocionais. Analisados por 12 semanas, essas pessoas foram divididas em grupos.
O primeiro teve que passar por encontros semanais de 90 minutos com professores de Hatha ioga. Além disso, os participantes também tinham que praticar durante 45 minutos diários em casa. Já a segunda equipe passou por discussões semanais sobre os seus sentimentos; recebendo inclusive um workshop sobre técnicas de redução de estresse. Enquanto isso, um terceiro grupo serviu de “controle”.
Depois que analisaram as amostras de sangues dos dois grupos, o estudo achou diferenças bem interessantes. Nós já sabíamos que intervenções psicológicas como meditação eram capazes de ajudar as pessoas mentalmente. Mas, pela primeira vez, nós temos evidência de que esses fatores podem influenciar no aspecto biológico.
Com o fim do estudo os pesquisadores notaram que os grupos que passaram pelos encontros tiveram seus telômeros preservados. O que isso significa?
Dr Fábio Cardoso explica que os telômeros são protetores das proteínas existentes nas células, e de forma prática, preservam a integridade de nosso código genético – DNA.
Com o tempo, elas podem se desgastar e com isso trazer consequências ruins para a saúde das pessoas, como doenças e até mesmo câncer.
Foi surpreendente saber que os telômeros dos participantes não foram modificados/desgastados como os do grupo de controle. Para quantificar todos os benefícios, ainda há muita pesquisa para ser feita.
Imunidade.
Quem meditatem as defesas do organismo ampliadas e consegue lidar melhor com oestresse, concluiu um estudo realizado na Universidade da Califórnia, EUA.
Isso acontece porque durante a prática da meditação a enzima telomerase (ligada ao sistema imunológico) tem sua ação intensificada. Essa condição auxilia à promover a longevidade nas células.
Para chegar a essa conclusão, foram analisados 60 pessoas durante três meses. Trinta delas praticaram a meditação e as outras trinta, não. As taxas da telomerase se mostraram cerca de 30% mais elevadas naquelas que meditavam.
Foram esses pacientes que apresentaram, ainda, um aumento na capacidade psíquica, como melhora na percepção de controle e atenção, além de diminuição da neurose ou de emoções negativas.
Neuroplasticidade.
Outro estudo Publicado em janeiro deste ano na revista Psychiatry Research: Neuroimaging, analisou 16 pessoas, com idade entre 25 e 55 anos, que participavam do Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR), o programa de treinamento desenvolvido há mais de 30 anos por Jon Kabat-Zinn, professor de medicina e diretor fundador da Clínica de Redução do Estresse e do Centro de Atenção Plena em Medicina da Universidade de Massachusetts.
Em oito encontros semanais, os participantes do programa aprendem exercícios de meditação destinados a desenvolver as habilidades da atenção plena - a consciência ampla e tolerante dos pensamentos, dos sentimentos, das sensações corporais e do ambiente ao redor. Cabe a eles praticar esses exercícios no intervalo entre os encontros.
A equipe do estudo examinou o cérebro de cada participante do MBSR duas semanas antes e logo depois do programa de oito semanas, comparando-o com os dos integrantes de um grupo de controle que não havia recebido o treinamento.
Os que foram treinados - nenhum dos quais tinha experiência prévia na área - contaram que haviam dedicado pouco menos de meia hora por dia a essa meditação doméstica.
Nos exames realizados no fim do programa, o cérebro dos não treinados não apresentou alterações. Já no dos praticantes, a massa cinzenta mostrou-se bem mais espessa do que era antes, em várias regiões. Uma delas é o hipocampo, cujas atividades têm relação com a aprendizagem, a memória e a regulação das emoções.
Estudos anteriores já haviam mostrado que muitas pacientes de depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) apresentam pouca massa cinzenta no hipocampo.
Outras diferenças substanciais foram notadas no cerebelo (região relacionada à regulação das emoções), na junção têmporo-parietal e no córtex cingulado posterior do cérebro dos meditadores (áreas ligadas à empatia e à assunção da perspectiva de outra pessoa).
Para a principal autora da pesquisa, Britta Hölzel - pesquisadora do Massachusetts General Hospital e da Universidade de Geissen, na Alemanha -, essas alterações podem indicar que a meditação aprimora a capacidade de regular as emoções, controlar os níveis de estresse e sentir empatia por outras pessoas.
"Acho que o que é realmente positivo e promissor sobre esse estudo é que ele sugere que nosso bem-estar está em nossas mãos", afirma ela.

Britta também comentou a evidência, reforçada por seu trabalho, da "plasticidade" do cérebro, pela qual ele pode mudar de forma com o tempo: "O que eu considero fascinante é que apenas prestar atenção de um modo diferente e estar mais consciente podem ter um impacto capaz de mudar a estrutura da nossa mente."

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