FONTE:, Da BBC Mundo, (noticias.uol.com.br).
Não há dúvidas de que
frutas e verduras são parte fundamental de uma dieta saudável e balanceada.
Mas entre as frutas e
verduras também se encontram, naturalmente, algumas substâncias potencialmente
ruins.
Um exemplo é a
banana: elas têm potássio, um elemento crucial para o bom funcionamento do
organismo. Mas, o consumo demasiado de potássio pode ter efeitos como
palpitação irregular do coração, dor de estômago, náusea e diarreia.
Outras frutas e
verduras têm toxinas que, em quantidades substanciais, podem causar efeitos
adversos.
"As razões de
(essas frutas e verduras) terem toxinas nem sempre são conhecidas. Às vezes é
(culpa de) um pesticida natural para evitar o ataque de insetos. Ou uma forma
de a planta se proteger de danos causados pelo clima, a luz do sol ou
micróbios", explicou o setor de recomendações ao consumidor do governo da
Nova Zelândia.
Sem preocupações.
Os especialistas
afirmam que, apesar destes fatos, não há motivos para preocupações.
"É a dose que
faz o veneno", disse o cientista Ed Blonz, em um artigo publicado no site
da organização American Cancer Society.
Na maioria dos casos,
só haveria danos no caso do consumo de uma enorme quantidade de frutas ou
verduras.
Mesmo assim, as
autoridades de saúde em vários países recomendam precaução com os alimentos que
têm as seguintes substâncias tóxicas:
1. Glicosídeos
cianogênicos.
Muitas pessoas que
gostam de suculentas ameixas confessam chupar e morder a semente da fruta até
que ela se quebre, revelando uma polpa amarga, com sabor amendoado.
Esse é o sabor dos
glicosídeos cianogênicos, precursores do cianeto de hidrogênio que é
potencialmente letal quando é processado pelo corpo humano.
Podem ser encontrado
nas sementes de maçãs e no interior carnoso das sementes de ameixas, pêssegos,
cerejas, entre outros.
Os sintomas de uma
intoxicação por esta substância incluem confusão, vertigem, dor de cabeça e
vômito.
Em casos extremos,
pode haver dificuldades respiratórias, falência renal e, em caso de não haver
tratamento, até a morte.
Mas, para correr este
risco, a pessoa teria que mascar e comer todas as sementes de entre 19 e 24
maçãs de uma só vez.
A organização oficial
canadense Canadian Food Inspection Agency recomenda que as pessoas que
"usam sementes amargas de pêssego para temperar não comam mais de três por
dia, moídas e misturadas com outras frutas".
2. Glicoalcaloides
(solanina).
A batata assada,
frita ou em forma de purê é um grande acompanhamento para qualquer prato.
É um dos alimentos
mais populares do mundo e fundamental na dieta de muitas famílias de países
ocidentais.
Mas a batata tem
glicoalcaloides - especificamente, a solanina. É uma toxina natural que atua
como pesticida ou fungicida; uma defesa contra animais, insetos e fungos que
possam atacá-las.
Os glicoalcaloides
também estão presentes em berinjelas e tomates, apesar de em menor
concentração.
A solanina é muito
venenosa em grandes doses. Pode causar desde sintomas gastrointestinais até
alucinações, paralisia e até a morte.
Mas as quantidades em
porções consumidas com os alimentos são inofensivas. Uma pessoa teria que
consumir quase 70 tubérculos grandes de uma só vez para ficar envenenada.
No entanto, é preciso
tomar mais cuidado quando são notados certos sinais.
"As batatas que
tenham adquirido uma cor esverdeada, que estejam brotando, que tenham sido
danificadas fisicamente ou que estejam apodrecendo podem conter algos níveis de
glicoalcaloides e a maioria das toxinas estão presentes na zona verde, na casca
ou logo abaixo da casca", afirmou o Centro para Segurança Alimentar de
Hong Kong.
"Para evitar a
solanina, as batatas devem ser mantidas em um lugar fresco e escuro",
recomenda Blonz.
Os especialistas
advertem que a substância não desaparece com o cozimento do alimento.
3. Lectinas.
Para as pessoas que
não consomem proteína animal, feijões e outras leguminosas são uma grande
alternativa para complementar uma dieta saudável.
Os feijões,
lentilhas, grãos-de-bico, ervilhas, amendoins, soja e seus derivados
proporcionam uma boa quantidade de proteína, são ricos em fibra e produzem uma
sensação de satisfação.
Além disso são fonte
constante de glicose, que dá energia, têm alto conteúdo de ferro, ácido fólico
e quantidades apreciáveis de magnésio, manganês e antioxidantes.
Porém, elas também têm
lectinas, que não são processadas pelo sistema digestivo humano.
Como não podemos
digeri-las, frequentemente produzimos anticorpos contra elas, com respostas
variadas.
Algumas pessoas
desenvolvem intolerância a estas leguminosas e têm uma sensação de inchaço e
dor no estômago quando as consomem.
As lectinas estão
envolvidas na síndrome do intestino irritável, que se manifesta com obstipação,
vômito, diarreia e inchaço.
Também podem causar
artrite, esclerose múltipla, úlceras pépticas, alergias e diabetes tipo 2.
Entretanto, para
muitos dos afetados o problema não vai muito além de uma indigestão.
Para os que gostam de
um bom prato de feijão, "(a lectina) pode ser destruída ao deixar-se o
feijão de molho e cozinhar em altas temperaturas", informou o Centro para
Segurança Alimentar de Hong Kong.
4. Nitratos.
Sempre se recomenda
comer verduras e hortaliças frescas, pois são ricas em nutrientes que podem
ajudar a prevenir o câncer e as doenças cardiovasculares.
Essas verduras também
têm nitratos, que vêm da água utilizada na irrigação e dos fertilizantes usados
no cultivo.
Entre as que têm alto
nível de nitrato estão a alface, beterraba, cenoura, espinafre, salsa, repolho,
rabanetes, aipo e couve.
Segundo estudos
recentes, esses nitratos beneficiam a saúde: atuam controlando a produção de
glóbulos vermelhos o que, com o tempo, evita a formação de coágulos que podem
gerar riscos graves, como o de derrame cerebral.
Mas altos níveis de
nitratos podem ser tóxicos e são particularmente perigosos durante a infância.
5. Cumarina.
É uma sensação
fantástica entrar logo de manhã no café ou padaria preferidos do bairro e
sentir o cheiro de bolos saindo do forno, em especial os polvilhados com
canela.
A canela é uma das
especiarias mais importantes do mundo para condimentar alimentos e bebidas, mas
tem variedades distintas: a canela do Ceilão, cultivada no Sri Lanka,
Madagascar e nas ilhas Seicheles, é conhecida como "canela
verdadeira" e é muito cara.
Por isso, na maioria
das comidas e bebidas com canela vendidas na Europa Ocidental e Estados Unidos
é usada a variedade mais barata, produzida na China e Indonésia.
Ambas têm a cumarina,
um agente que está vinculado a danos ao fígado em um número limitado de
pessoas.
O problema é que a
canela do Ceilão tem pouca cumarina, em comparação com a canela mais barata.
Um estudo feito na
Alemanha em 2010 descobriu que o pó da canela da China tinha até 63 vezes mais
cumarina do que o pó de canela do Ceilão.
Segundo especialistas
em saúde, os consumidores não conseguem diferenciar entre o pó das duas
canelas.
Mas, em lascas, a
diferença é visível. As lascas da canela mais barata consistem de uma capa
grossa enrolada. As lascas da canela do Ceilão são capas finas.
Por isso, vale a pena
prestar atenção nesses detalhes da próxima vez que for até a parte de
especiarias do supermercado.
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