FONTE: TRIBUNA DA
BAHIA.
A cada 7 segundos uma pessoa
morre vítima de complicações causadas pela diabetes no mundo.
Os
números são alarmantes. A cada 7 segundos uma pessoa morre vítima de
complicações causadas pela diabetes no mundo. Em 2014, foram 4,9 milhões de
mortes causadas pela doença. No mesmo período, 1,2 milhão de pessoas morreram
vítimas de HIV, 584 mil perderam as vidas para a Malária e 1,5 milhão para a
tuberculose, segundo os números mais recentes da OMS. Ou seja, a diabetes mata
mais do que todas essas outras três doenças somadas.
São
esses dados que fazem o presidente da Federação Internacional de Diabetes
(IDF), o escocês Michael Hirst, afirmar que a diabetes é o maior desafio que
temos para enfrentar no sistema de saúde em todo o mundo. "Índices de
doenças cardíacas estão caindo, câncer está sendo combatido, a tuberculose e a
malária, também. Mas, quando falamos de diabetes, os números continuam
crescendo cada vez mais.
É uma doença que está em 'desenvolvimento' e deve ser
combatida enquanto há tempo", afirmou Hirst em entrevista ao BOL.
Mais de 387 milhões de pessoas em todo o planeta são diabéticas. No entanto, 46,3% delas não sabem que têm a doença. No Brasil, mais de 12 milhões são diabéticos e 24% não recebeu o diagnóstico.
Em
2035, estimasse que o número de diabéticos e pessoas em estágio pré-diabetes
somados ultrapassem 1,1 bilhão de pessoas. No Brasil, no mesmo período, o
número de doentes deve subir para 20 milhões.
"Infelizmente, não há o que fazer para impedir o país
de chegar a esse número. Para mudar este cenário, reverter os índices de
crescimento, seria preciso uma quebra total de paradigmas, um trabalho muito
forte de políticas públicas e uma mudança total no comportamento. É muito
difícil", afirma o endocrinologista Walter Minicucci, presidente da Sociedade
Brasileira de Diabetes.
Essa dificuldade existe porque o tipo mais comum de diabetes, que atinge 90% dos doentes, é o 2, causado principalmente por maus hábitos, podendo atingir qualquer pessoa, independentemente de haver histórico familiar ou não.
A
diabetes tipo 2 é resultado de um processo lento, diretamente ligado ao estilo
de vida urbano que está cada vez mais presente no mundo. Falta de exercícios
físicos, altos níveis de estresse, excesso de comidas industrializadas e,
principalmente, obesidade, são as principais causas.
Contribuem
também alguns fatores genéticos - indianos, por exemplo, são mais suscetíveis à
doença - e o envelhecimento natural do corpo, que pode reduzir a quantidade de
insulina produzida.
Existem
ainda outros dois tipos de diabetes. O tipo 1 pode ser desenvolvido desde o
primeiro ano de vida e é basicamente a incapacidade "natural" do
pâncreas de produzir a insulina, substância "chave" que abre as
células e permite que a glicose seja absorvida por elas e transformada em
energia para "impulsionar" o corpo. Quando há falta ou ausência da
insulina, seja por fatores genéticos ou maus hábitos, os níveis de açúcar no
sangue aumentam, e a pessoa desenvolve a doença. Já a diabetes gestacional, que
atinge mulheres grávidas, pode afetar seriamente o bebê se não houver
tratamento.
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