sexta-feira, 25 de setembro de 2015

MORTALIDADE ASSOCIADA AO TABAGISMO INCLUI NOVAS DOENÇAS...

FONTE: *** Alexandre Faisal, (dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).


O impacto negativo do tabagismo sobre a saúde das mulheres (e homens também) pode ser ainda maior. Uma reanálise de 5 grandes estudos sobre o tema mostra como isso ocorre.

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         Há muito se sabe que o tabagismo causa enormes malefícios para a saúde de homens e mulheres. A novidade é que isso é ainda pior. Isso mesmo: o impacto negativo do tabagismo está ou pelo menos estava subestimado até recentemente. Vamos aos fatos. Pesquisadores de diversas instituições acadêmicas dos Estados Unidos analisaram dados de 5 grandes estudos sobre a associação entre o consumo de tabaco e morte por diversas doenças. No total da meta-análise foram incluídas mais de 420 mil mulheres e mais de 520 mil homens, todos com mais de 55 anos de idade, seguidos no período de 2000 a 2011. Neste intervalo de tempo ocorreram 181.377 mortes, sendo que mais de 16 mil mortes foram de tabagistas. O dado mais impressionante do estudo mostra um excesso de mortalidade de 17% em fumantes, por causas que até recentemente  não estavam diretamente relacionadas ao ato de fumar. Entre estas causas estão a mortalidade por falência renal, isquemia intestinal, doença cardíaca hipertensiva, câncer de próstata e no caso específico das mulheres câncer de mama.
         Mulheres fumantes apresentaram um aumento de 30% no risco de morrer na comparação com as não fumantes. Segundo os pesquisadores, além das 21 patologias já sabidamente relacionadas ao tabagismo estas novas doenças também são causa de morte de muitos fumantes. A conta macabra sugere que nos Estados Unidos às 480 mil mortes associadas ao tabagismo deveriam ser acrescidas pelo menos mais de 60 mil mortes, em função destas novas evidências.

     Ainda bem que o consumo de diferentes tipos de tabaco vem declinando em diversos países, incluindo o Brasil. As pesquisas nacionais mais recentes indicam que 15% dos brasileiros ainda fumam, sendo que esta cifra é de 11 % para as  mulheres e 19 % para os homens. Sorte delas ou melhor dizendo azar deles. Os fumantes que defendem que o tabagismo não é tão ruim assim vão ter que rever esta crença: o tabagismo é ainda muito pior.

(Carter et al. Smoking and Mortality — Beyond Established Causes. N Engl J Med 2015; 372:2168-2170).

Sobre o autor.
Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos.

Sobre o blog.

Acompanhe os boletins do "Saúde feminina: um jeito diferente de entender a mulher" que discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus parceiros. Uma abordagem didática e descontraída das mais recentes pesquisas nacionais e internacionais sobre temas como gravidez, métodos anticoncepcionais, sexualidade, saúde mental, menopausa, adolescência, atividades físicas, dieta, relacionamento conjugal, etc. Aproveite.

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