FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Entretanto, a pergunta de difícil solução para
quem sente dores crônicas é: como se exercitar se possuo as dores?
O
estilo de vida de uma pessoa pode determinar o nível e quadro de dores que
as pessoas podem vir a apresentar. Já é notório na literatura
científica que pessoas sedentárias tendem a ter mais dores que pessoas
mais ativas fisicamente.
Por
outro lado, uma pesquisa publicada no British Journal of Sports
Medicine comprovou que iniciar a atividade física na terceira
idade pode aumentar em até 5 anos a expectativa de vida do idoso. Os
resultados foram encontrados por cientistas da Universidade de Oslo, na
Noruega.
Entretanto,
a pergunta de difícil solução para quem sente dores crônicas é: como se
exercitar se possuo as dores? Cria-se então um ciclo vicioso que acaba
pendendo para um estilo de vida ainda mais sedentário e totalmente
dependente de remédios para o combate dos sintomas.
Quando
se fala em idosos, um agravante ainda maior tende a se instalar.
"O medo da queda, associado ao quadro doloroso provoca planos
alternativos de movimentos. Movimentos distantes dos naturais e normais.
Esse plano tende a sobrecarregar ainda mais musculos e articulações",
ressalta o fisioterapeuta Leonardo Machado, criador do Projeto Por Uma Vida Sem
Dor.
O fato
é que baixos níveis de atividade física tendem a gerar inúmeros problemas
de saúde, sendo responsáveis pelo 4o maior fator de mortalidade global.
Algumas doenças comumente associadas são: hipertensão, obesidade e
diabetes.
A
atividade física produz e prolonga a independência funcional e
reduz sintomas como a depressão. Estudos apontam que cerca de 50% de
idosos em asilos tendem a apresentar dores musculo-esqueléticas. A dor
crônica é apontada como a dor que persiste durante 1 mês ou durante 3
meses ao longo de um ano.
A
promoção de atividades físicas com consequente diminuição de
padrões sedentários é fundamental para idosos com dores crônicas. Estudos
mais avançados evidenciaram que cerca de 65% das pessoas na melhor
idade tendem a permanecer 8,5h do período diário em pleno sedentarismo.
Idosos com dores tendem a ficar ainda mais, ficam 11h em hábitos
sedentários.
Uma das
principais sugestões a serem transmitidas para a quebra deste cenário é o
retorno da familiarização do idoso com o seu próprio corpo
e, principalmente, atividades que envolvam o chão. "É nitido e
notório que o mundo moderno nos levou cada vez mais longe do chão.
Tendemos a permanecer a maior parte do tempo sentados e não é raro
encontrar respostas do tipo: há anos não sei mais o que é sentar no chão.
De tanto fugir dele acaba se criando a cultura do medo que tende a,
inclusive, aumentar os níveis de cortisol corporal e, consequentemente,
maior rigidez muscular e mais dores", explica o fisioterapeuta.
Quer
dizer: se sentar no chão tem uma importância enorme para gerar
flexibilidade e incentivar o corpo, algo que não se encontra nos sofás
e cadeiras super confortáveis que o mundo de hoje está acostumado.
O ato
de procurar o chão, sentar e levantar favorecerá ainda o ganho
da coordenação motora, força muscular e rapidez de movimento.
"Basta relembrar todos os estágios que passamos quando bebês. Há
uma transferência automática de aptidões e habilidades naturais quando
esses movimentos são estimulados", conclui Machado.
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