FONTE: Redação RedeTV!
(www.redetv.uol.com.br).
Além dos diversos problemas sociais que o racismo traz,
ele também pode afetar a saúde das pessoas. Várias estudos apontam que o
preconceito racial está conectado a doenças renais, cardiovasculares, além da
possível causa de depressão e ansiedade.
Alguns estudos e pesquisas evidenciam que esses
problemas podem surgir como resultado de uma vida convivendo com a
discriminação racial. Veja alguns desses trabalhos que analisam a relação entre
o preconceito e problemas de saúde.
Hipertensão.
Um estudo publicado no "Jornal da Associação Americana
de Saúde Pública" afirma que a discriminação racial está ligada a taxas
elevadas de hipertensão. Os pesquisadores examinaram quase cinco mil
voluntários negros com idades entre 35 e 84 anos que sofreram ou sofrem com
racismo.
A descoberta foi de que 64% das mulheres e 59,7% dos
homens tinham hipertensão. Para chegar a esse resultado, o nível socioeconômico
dos voluntários foi adicionado à conta.
A associação entre a hipertensão e a discriminação foi
ligeiramente enfraquecida devido a dois fatores: índice de massa corporal e
fatores comportamentais. Mesmo assim, as taxas de hipertensão continuaram
maiores entre os negros.
Problemas renais.
Uma pesquisa norte-americana
mostra que indivíduos que são discriminados pela sua cor têm mais chances de
ter falência renal. Os pesquisadores estudaram 1.574 moradores da cidade de
Baltimore, nos EUA, durante cinco anos. Desse total, 20% sofre com o racismo e
têm maior pressão arterial do que aqueles que afirmam sofrerem menos.
Em entrevista para o site da revista
"Time", a coautora do estudo Deidra C. Crews disse que a liberação de
hormônios do estresse pode levar a um aumento na pressão arterial. Uma das
principais causas da falência renal é a elevada pressão arterial.
De acordo com a Fundação Nacional de
Rim dos EUA, os afro-americanos sofrem três vezes mais de insuficiência renal
do que os brancos.
Doenças
psicológicas e mentais.
O preconceito e o racismo ainda podem
levar à depressão e causar outras doenças mentais. Em um estudo feito na Holanda, 4.800 pessoas
foram divididas em dois grupos: um com indivíduos que sofreram com
discriminação racial e outro que não. Ambos testaram negativo em exames
relacionados a traços paranoides e doenças mentais.
No entanto, os pesquisadores descobriram
que as pessoas que foram discriminadas eram duas vezes mais propensas a
desenvolver sintomas psicóticos nos próximos três anos.
No Brasil.
O negro brasileiro, além de sofrer o
racismo nas ruas, também é discriminado no sistema público de saúde. O próprio
Ministério da Saúde lançou a campanha "Não fique em silêncio. Racismo faz
mal à saúde" que reconhece que o racismo é um determinante social no
aspecto da saúde.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde,
de toda a população branca atendida no SUS, 9,5% sentem discriminação, enquanto
23,3% da população negra (pretos e pardos, segundo o IBGE) sai da unidade
hospital com o sentimento de preconceito racial.
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