As mudanças
climáticas e a propagação de ervas invasoras deverão dobrar o número de pessoas
que sofrem de alergias sazonais, como a rinite alérgica, em toda a Europa, com
prováveis impactos semelhantes na América do Norte, disseram pesquisadores na
quinta-feira (25).
Em meados do século, cerca
de 77 milhões de pessoas na Europa vão sofrer de rinite alérgica, em
comparação com os 33 milhões de hoje, de acordo com um estudo publicado na
revista Environmental Health Perspectives.
"A alergia ao
pólen de ambrósia provavelmente se tornará um grande problema de saúde em boa
parte da Europa", disse o autor principal do estudo, Iain Lake,
pesquisador da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.
Pesquisas anteriores
já haviam previsto que o aquecimento global iria acelerar a disseminação do
pólen, mas esse é o primeiro estudo a quantificar esses efeitos, disse Lake.
Não apenas mais
pessoas vão ser afetadas por asma alérgica, coceira e olhos inchados, como a
gravidade dos sintomas também deverá aumentar, concluiu o estudo.
Esse impacto será
proveniente de maiores concentrações de ambrósia e de uma temporada de pólen
que se estenderá entre setembro e outubro na maior parte do continente.
Países menos afetados
hoje - França, Alemanha e Polônia, por exemplo - serão provavelmente os mais
atingidos nas próximas décadas.
O principal culpado são as
mudanças climáticas, mas a contínua propagação da espécie invasora
Ambrosiaartemisiifolia também é um fator-chave.
Uma única planta
ambrósia pode produzir cerca de um bilhão de grãos de pólen por ano,
principalmente em agosto.
A ambrósia é
responsável por mais da metade da produção de pólen em muitos países europeus.
A rinite é uma
condição alérgica comum que afeta cerca de 40% dos europeus em algum momento de
sua vida.
A Organização Mundial
de Saúde (OMS) estima que 400 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de
rinite alérgica, e 300 milhões, de asma relacionada ao pólen.
O impacto econômico
dessas condições é calculado em dezenas de bilhões de euros, ou de dólares,
tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
A equipe de
pesquisadores cruzou informações de mapas de estimativa de contagem de pólen de
ambrósia com projeções de população, dados sobre onde as pessoas vivem e os
níveis de alergia atuais.
Os pesquisadores
tomaram como base um cenário de mudanças climáticas "moderadas" que
provocariam um aumento de cerca de 2,5ºC da temperatura média global até o
final deste século, em comparação com os níveis de 1850.
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