FONTE: *** Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
O vírus da zika,
quando transmitido sexualmente, pode se reproduzir na vagina durante vários
dias. Em gestantes pode alastrar a infecção desde os genitais até o cérebro do
feto. Essa é a conclusão de um novo estudo feito com camundongos fêmeas
prenhas, publicado na quinta-feira (25) pela revista Cell.
Um grupo de
pesquisadores de várias instituições, entre elas a Universidade de Yale, nos
Estados Unidos, criou um modelo de infecção vaginal da zika nas fêmeas de
camundongo para tentar compreender os mecanismos que o vírus utiliza para
"invadir o corpo a partir dos genitais" nas transmissões por contágio
sexual.
"O vírus da zika
parece encontrar um nicho na vagina. Observamos em nosso modelo que esse é o
lugar onde o vírus pode se replicar por um período extenso de tempo. Em
camundongos gestantes, a infecção vaginal pode levar à infecção cerebral e à
restrição do crescimento do feto", disse a autora principal do estudo, a
imunologista de Yale, Akiko Iwasaki.
A cientista e sua
equipe, que estuda há anos infecções virais em mucosas genitais pelo vírus da
herpes, descobriram que a zika pode sobreviver e se replicar durante vários
dias na mucosa vaginal das fêmeas de camundongo.
Ao infectá-las pela
vagina, os cientistas comprovaram que os fetos se desenvolviam de maneira mais
lenta que o normal e sofriam com infecção cerebral.
Infecção atinge cérebro do
feto.
Os pesquisadores
estão trabalhando agora para descobrir o caminho feito pelo vírus da mucosa
vaginal até infectar o feto, um feito que consideram "muito
preocupante".
Embora as conclusões
de estudos com ratos muitas vezes não se apliquem diretamente aos seres
humanos, Iwasaki disse que as descobertas lançam uma nova luz sobre a questão.
"A descoberta
pode ser importante para as mulheres, não só para as mulheres grávidas", disse.
"A vagina é um local onde o vírus pode se replicar e, eventualmente, ser
transmitido para parceiros". "Em mulheres grávidas, a transmissão
vaginal do vírus zika pode ter um impacto significativo no feto em
desenvolvimento", acrescentou.
O zika é transmitido
principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, mas
também por contato sexual.
Existe pelo menos um
caso conhecido de uma mulher que infectou o seu parceiro, e foram registrados
vários casos em que os homens transmitiram o vírus durante o sexo para
parceiros masculinos e femininos.
O zika pode
permanecer no sêmen por até seis meses, de acordo com um estudo recente.
*** Com agências.
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