FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.
Na Bahia, os números também
chamam a atenção.
Considerado
como um dos maiores problemas de saúde pública do mundo pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), a obesidade cada vez mais se volta para as crianças e
adolescentes e assusta pelos números. De acordo com uma pesquisa de uma
entidade latino-americana voltada ao combate ao peso, o número de pessoas obesas
dentro dessa faixa etária aumentou mais de 200% nos últimos 10 anos em todo o
país.
Na
Bahia, os números também chamam a atenção. Segundo o Estudo dos Riscos
Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), elaborado pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro e que entrevistou 73 mil pessoas no Brasil, apontou que 23%
das pessoas entre 12 e 17 anos, aqui no estado, estão obesas ou com sobrepeso
na Bahia.
Por
outro lado, de acordo com o Mapa da Obesidade, montado com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicado no site de uma
associação voltada ao tema (Abeso) pouco mais de 28% das crianças entre 5 e 9
anos estão acima do peso, assim como 16,6% das pessoas na faixa etária entre 10
e 19 anos na região Nordeste.
“É uma
coisa que vem acontecendo no mundo inteiro e vem se dando por conta das
mudanças no estilo de vida, além do advento da indústria alimentícia com o fim
do pós-guerra e o consumo de produtos ricos em sal e açúcar”, disse a
endocrinopediatra do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia
(Cedeba), Renata Lago.
Segundo
ela, devido a correria do dia-a-dia, as pessoas, na busca de se tornarem mais
práticas, acabaram ficando reféns destes tipos de alimentos, aliado o fato de
praticarem cada vez menos atividade física. Por conta das questões hormonais na
fase da puberdade, as meninas levam ligeira vantagem sobre os meninos quando o
assunto é obesidade ou sobrepeso – 52% a 48%.
A importância da escolha da alimetação das crianças.
Para a
especialista, os pais têm um papel fundamental na escolha de como o filho deve
se alimentar. Os cuidados devem ser tomados logo cedo. “Se for deixar para a
adolescência pode ser tarde demais. A intervenção tem de ser precoce, já que
são nos primeiros mil dias de vida que a nossa maquinaria metabólica é formada,
além da questão dos hábitos e do paladar”, ressaltou Lago. Vale lembrar que a
obesidade pode ser o fator gerador de doenças como a diabetes além de problemas
do coração.
Ela
cita que, pelo menos em alguns lugares do mundo, essa realidade já começa a
mudar. Nos Estados Unidos, onde existem os maiores índices de obesidade no
mundo, pesquisas apontam que crianças entre 2 e 5 anos já vem apresentando
menores taxas do problema, o que mostra, segundo a endocrinopediatra, “que os
pais vem obtendo maiores esclarecimentos nesse sentido”.
Mas, se
por um lado a família tem essa preocupação em dar aos filhos uma alimentação
saudável, o que fazer quando os meninos e meninas estão na escola, na hora do
lanche, diante de várias tentações como salgados, doces e refrigerantes e longe
das vistas dos pais? “Cabe a cada instituição a conscientização, afinal a
escola é um ambiente importante para a educação em todos os sentidos”, falou
Renata Lago.
O QUE PODE OU NÃO.
Para evitar sucumbir aos impulsos, as dicas são de, na hora do lanche, fazer o
consumo de frutas, sanduíches, sucos da fruta naturais e ovos cozidos. Por
outro lado, colocar para fora da lista de alimentos os salgadinhos, biscoitos
recheados, sucos industrializados e refrigerantes. “Um possui corantes e
conservantes em excesso e o outro possui o gás que possui efeitos deletérios
sobre o organismo e dificulta a absorção de cálcio”, alertou Lago.
Além
disso, ela ressalta que não apenas as mudanças na alimentação são suficientes
para evitar a problema, com as crianças e adolescentes preferindo as atividades
físicas ao invés de passarem horas em frente aos dispositivos eletrônicos.
“Isso é fundamental. Por outro lado, devemos ficar atentos ao assédio da indústria
alimentícia que tem um marketing muito forte”, finalizou a especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário