quarta-feira, 7 de setembro de 2016

23% DOS ADOLESCENTES SOFREM COM OBESIDADE...

FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.

Na Bahia, os números também chamam a atenção.
Considerado como um dos maiores problemas de saúde pública do mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade cada vez mais se volta para as crianças e adolescentes e assusta pelos números. De acordo com uma pesquisa de uma entidade latino-americana voltada ao combate ao peso, o número de pessoas obesas dentro dessa faixa etária aumentou mais de 200% nos últimos 10 anos em todo o país.
Na Bahia, os números também chamam a atenção. Segundo o Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), elaborado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e que entrevistou 73 mil pessoas no Brasil, apontou que 23% das pessoas entre 12 e 17 anos, aqui no estado, estão obesas ou com sobrepeso na Bahia. 
Por outro lado, de acordo com o Mapa da Obesidade, montado com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicado no site de uma associação voltada ao tema (Abeso) pouco mais de 28% das crianças entre 5 e 9 anos estão acima do peso, assim como 16,6% das pessoas na faixa etária entre 10 e 19 anos na região Nordeste.
“É uma coisa que vem acontecendo no mundo inteiro e vem se dando por conta das mudanças no estilo de vida, além do advento da indústria alimentícia com o fim do pós-guerra e o consumo de produtos ricos em sal e açúcar”, disse a endocrinopediatra do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba), Renata Lago.
Segundo ela, devido a correria do dia-a-dia, as pessoas, na busca de se tornarem mais práticas, acabaram ficando reféns destes tipos de alimentos, aliado o fato de praticarem cada vez menos atividade física. Por conta das questões hormonais na fase da puberdade, as meninas levam ligeira vantagem sobre os meninos quando o assunto é obesidade ou sobrepeso – 52% a 48%.
A importância da escolha da alimetação das crianças.
Para a especialista, os pais têm um papel fundamental na escolha de como o filho deve se alimentar. Os cuidados devem ser tomados logo cedo. “Se for deixar para a adolescência pode ser tarde demais. A intervenção tem de ser precoce, já que são nos primeiros mil dias de vida que a nossa maquinaria metabólica é formada, além da questão dos hábitos e do paladar”, ressaltou Lago. Vale lembrar que a obesidade pode ser o fator gerador de doenças como a diabetes além de problemas do coração.
Ela cita que, pelo menos em alguns lugares do mundo, essa realidade já começa a mudar. Nos Estados Unidos, onde existem os maiores índices de obesidade no mundo, pesquisas apontam que crianças entre 2 e 5 anos já vem apresentando menores taxas do problema, o que mostra, segundo a endocrinopediatra, “que os pais vem obtendo maiores esclarecimentos nesse sentido”.
Mas, se por um lado a família tem essa preocupação em dar aos filhos uma alimentação saudável, o que fazer quando os meninos e meninas estão na escola, na hora do lanche, diante de várias tentações como salgados, doces e refrigerantes e longe das vistas dos pais? “Cabe a cada instituição a conscientização, afinal a escola é um ambiente importante para a educação em todos os sentidos”, falou Renata Lago.
O QUE PODE OU NÃO.
Para evitar sucumbir aos impulsos, as dicas são de, na hora do lanche, fazer o consumo de frutas, sanduíches, sucos da fruta naturais e ovos cozidos. Por outro lado, colocar para fora da lista de alimentos os salgadinhos, biscoitos recheados, sucos industrializados e refrigerantes. “Um possui corantes e conservantes em excesso e o outro possui o gás que possui efeitos deletérios sobre o organismo e dificulta a absorção de cálcio”, alertou Lago.

Além disso, ela ressalta que não apenas as mudanças na alimentação são suficientes para evitar a problema, com as crianças e adolescentes preferindo as atividades físicas ao invés de passarem horas em frente aos dispositivos eletrônicos. “Isso é fundamental. Por outro lado, devemos ficar atentos ao assédio da indústria alimentícia que tem um marketing muito forte”, finalizou a especialista.

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