FONTE: Cintia Baio, Colaboração para o UOL, (noticias.uol.com.br).
Aquele famoso e, às vezes, constrangedor barulho parecido
com um ronco que nossa barriga costuma fazer, principalmente, quando está vazia
é causado pela movimentação de bolhas de ar e líquidos dentro do estômago e do
intestino delgado (composto pelo duodeno, jejuno e íleo).
Juntos, eles fazem
parte de nosso trato gastrointestinal, que é um conjunto de órgãos e estruturas
responsável por digerir alimentos, absorver nutrientes e eliminar o que o corpo
não precisa.
Por serem formados por uma estrutura
lisa, esses órgãos precisam fazer uma espécie de contração muscular, conhecida
como movimentos peristálticos, para provocar o avanço do conteúdo que está
dentro deles (como os líquidos e alimentos).
O problema é que além da comida e dos
líquidos, bolhas de ar também se acomodam no interior desses órgãos. Durante os
movimentos peristálticos, essas bolhas se movimentam, causando o barulho.
E tudo fica em alto e bom som porque
quando a musculatura do estômago se contrai, as paredes do abdômen se
transformam em um "amplificador do som". Por isso, em pessoas magras
esses sons ficam ainda mais perceptíveis, já que possuem uma camada de gordura
menor.
Embora o "ronco" possa
acontecer a qualquer momento, ele é mais comum nos períodos em que passamos
muito tempo sem comer. Isso acontece porque, quando estamos com fome, há menos
alimento e mais bolhas de ar no interior desses órgãos.
Além disso, quando não estamos
comendo, os movimentos peristálticos dos órgãos se intensificam para limpar o
intestino de resíduos de comida e restos de secreção digestiva, deixando-o
preparado para a próxima refeição. Com mais movimentos, mais bolhas de ar e
menos comida, as chances de "passarmos vergonha" com aquele barulhão
aumentam.
E o ronco
pode aparecer até mesmo durante a digestão, já que ao nos alimentarmos,
ingerimos ar com a bebida e a comida. Quando o ar passa pelo tubo digestivo,
ele se junta aos líquidos e também causa o barulho.
Como evitar.
Embora seja algo
natural do organismo, algumas atitudes simples podem ajudar a reduzir os sons.
A primeira delas é
não passar muitas horas em jejum. Procure comer a cada três horas. Mastigar bem
os alimentos também ajuda a misturar melhor os sólidos e os líquidos e não
produzir tantos gases.
Especialista consultada: Luciana Camacho-Lobato,
gastroenterologista da Unifesp.
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