FONTE: Gabrielle Galvão, TRIBUNA DA BAHIA.
Quando crianças e adolescentes em férias se
aglomeram em ambientes fechados, a alternativa é o uso de aparelhos
eletrônicos.
Quando
crianças e adolescentes em férias se aglomeram em ambientes fechados, a
alternativa é o uso de aparelhos eletrônicos. No entanto, a utilização indevida
e excessiva desses equipamentos pode causar problemas na aprendizagem ou
comportamentais. “Os pequenos deixam de brincar ao ar livre e com outras
crianças ficando mais solitários e dessa forma pode apresentar quadro de
ansiedade, déficit de atenção e baixa tolerância à frustrações”, explicou a
neuropediatra Renata Episcopo.
A dona
de casa Zerilda Araújo contou que seu filho Matheus, de 11 anos aumentou a
miopia por conta do uso excessivo do computador. “Ele fica horas na frente da
tela jogando e nas redes sociais que esquece do mundo. Reclamo com ele, mas não
adianta”, disse. Ela revelou que, procurou uma oftalmologista que a informou de
que isso acontece porque as pessoas tendem a aproximar ainda mais o aparelho
dos olhos.
“Qualquer
uso excessivo pode ser prejudicial e até se agravar com a abstinência do
computador”, observou a neuropediatra, advertindo que para se ter um apropriado
desenvolvimento neuropsicomotor é necessário que a criança tenha uma recreação
ao ar ambiente experienciando formas, cheiros e texturas diversas, além do
brincar com outras crianças. “Essas atividades quando ocorrem na maior parte do
tempo da criança promovem o desenvolvimento adequado de suas emoções, além de
suas habilidades cognitivas e motoras”, explicou.
Zerilda
Araújo revelou que sabe que a ferramenta pode ser prejudicial à saúde, mas a
usa como um apetrecho para manter o filho em casa. “Hoje em dia, não podemos
mais facilitar com nossos filhos na rua, pois a violência e as drogas estão por
toda parte. Prefiro que ele esteja em casa, mesmo que usando o computador
sempre”, afirmou. Segundo a médica, “os eletrônicos devem ser usados com
cautela uma vez que a criança está em fase de desenvolvimento e necessita de
outras atividades para desenvolver suas potencialidades”.
Uma
estudante que não quis se identificar disse que recorre às tecnologias para
acalmar a filha de cinco meses. “Coloco vídeos no celular para ela assistir.
Ela gosta tanto que segura o aparelho telefônico e não deixa ninguém pegar”,
contou. A pediatra Ciria Santos advertiu que nessa idade não é recomendável o
uso de smartphone. “O ideal é usar o aparelho por períodos de, no máximo, 15
minutos e as crianças entre três e sete anos não podem jogar ou brincar no
smartphone por mais de 30 minutos diários”, esclareceu.
Outro
problema que o uso de aparelho telefônico pode causar é a dificuldade para
dormir. “Desligar o celular ou mantê-lo fora do quarto na hora de dormir pode
ser uma saída, pois as luzes que ficam acesas interferem na produção de
hormônios que ajudam a dormir, como a melatonina”, explicou a pediatra.
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