Uma nova pesquisa publicada na
revista científica Nature Communications identificou a área do cérebro
que controla a expressão e a inibição do medo. Os cientistas responsáveis pela
análise esperam que a descoberta possa ajudar a criar novas terapias e
medicamentos para transtornos psiquiátricos, como o transtorno de estresse
pós-traumático.
O distúrbio, que tem
cerca de 2 milhões de casos por ano só no Brasil, conta com poucas opções de
tratamento. Atualmente, elas se resumem a terapia cognitivo comportamental e a
indicação de medicamentos ansiolíticos. No entanto, as novas descobertas
mostram implicações importantes para intervenções de que sejam mais
direcionadas, efetivas e duradouras.
Para entender como a
descoberta poderia ajudar em tratamentos psiquiátricos, a equipe de cientistas
rastreou a atividade neuronal de ratos expostos a cenários de indução de medo.
Os pesquisadores usaram
então ferramentas farmacogenéticas, que eram receptores exclusivamente ativados
por medicamentos, para inibir os neurônios de projeção no córtex pré-frontal
dos roedores. Os resultados mostraram que a equipe obteve sucesso em
suprimir o medo dos animais.
Como os autores
explicam em seu artigo, a comunidade científica já sabia que a parte do núcleo
cerebral estudada, que recebe projeções do córtex pré-frontal, pode ter um
papel fundamental na regulação da aprendizagem emocional e da memória. No
entanto, os novos resultados mostram que os neurônios nesta área são críticos
para a extinção de memórias de medo em ratos.
"Identificando
essa projeção específica do córtex pré-frontal, nossa pesquisa aponta para
partes do cérebro que são importantes para a função inibitória do medo, o que
pode ajudar na criação de novas drogas, terapias e intervenções para
transtornos psiquiátricos", afirma Stephen Maren, principal responsável
pelo estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário