Você já ouviu falar no “Janeiro Seco”, do inglês “Dry January”? Passar o
primeiro mês do ano sem uma gota de álcool, depois das tradicionais bebedeiras
no Natal e no Reveillón, é um costume que tem muitos adeptos no Reino Unido e
nos Estados Unidos, entre outros países. Há quem considere bobagem ficar em
abstinência por apenas um mês do ano, e exagerar nos outros, mas um número cada
vez maior de estudos tem indicado que a medida traz ganhos significativos à
saúde. E os benefícios podem se estender pelos meses seguintes.
Um estudo da Universidade de Sussex, na Inglaterra, mostra que o esforço
traz resultados animadores. Mais energia, pele mais bonita, cintura mais fina e
mais dinheiro no bolso são alguns dos benefícios verificados após pesquisadores
terem acompanhado 800 pessoas que passaram o mês de janeiro do ano passado
inteiro longe do álcool.
O efeito que me parece mais interessante é
que a turma decidiu beber menos depois da experiência. Seis
meses depois, foi constatado que a frequência de consumo tinha caído de 4,3
vezes por semana, em média, para 3,3. No mês, a redução foi de 3,4 para 2,1.
Para melhorar, a quantidade de álcool ingerida em cada ocasião também
diminuiu nos meses seguintes ao “Janeiro Seco”, de 8,6 unidades para 7,1 por
dia. Lembrando que cada unidade de bebida alcoólica equivale a uma lata ou
tulipa de cerveja, uma taça pequena de vinho (100 ml) e uma dose de 30 ml de
destilado (como uísque, vodca ou cachaça).
A recomendação da OMS é que as mulheres não excedam 7 unidades de bebida
alcoólica por semana, e os homens, 14, mas também que não passem de 4 ou 5
doses em cada ocasião. Em outras palavras, não adianta beber 7 latas de cerveja
só no sábado e achar que está dentro do limite recomendado.
Outros benefícios destacados pelos participantes da pesquisa: 88%
disseram ter economizado uma grana com a abstinência; 80% passaram a se sentir
mais no controle na hora de beber; e 76% entenderam melhor por que precisam da
bebida.
Além disso, 70% sentiram uma melhora significativa no sono e na saúde;
mais da metade dos participantes relatou ter perdido peso no processo; 57%
notaram que a concentração melhorou e 54% perceberam que a pele ficou mais
bonita. Talvez essas sejam as razões pelas quais as pessoas tenham decidido
diminuir a quantidade também nos meses seguintes à iniciativa.
Estudos anteriores já indicaram que, além da redução do peso, quem faz um
mês de abstinência alcoólica por ano apresenta reduções significativas em
outros marcadores de saúde, como colesterol, triglicérides e enzimas hepáticas.
Conclusão? A tentativa vale a pena, nem que seja para revelar o grau de
dependência que a pessoa tem do álcool. Quem não consegue passar nem mesmo uma
semana sem beber deve procurar ajuda de um especialista.
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