Resumo da notícia.
- Diferenças na estrutura e funcionalidade
do córtex pré-frontal podem desempenhar papel na susceptibilidade ao
consumo excessivo de alimentos calóricos
- Exercícios físicos e mindful eating
podem ajudar a regular a atividade dessa região do cérebro
- Os pesquisadores esperam que as
descobertas pavimentem o caminho para novos tratamentos.
Variações na estrutura
e na funcionalidade do córtex pré-frontal podem estar por trás da vontade por
alimentos mais calóricos. Felizmente, exercícios físicos e atenção plena
durante as refeições melhoram a atividade dessa região do cérebro. A conclusão
é de um estudo
realizado por pesquisadores da Western University, no Canadá, e
publicado no periódico Trends in Cognitive Sciences na terça-feira,
(26).
Os cientistas revisaram
diversas pesquisas sobre a relação entre o apetite, o autocontrole e o cérebro.
"Nossa revisão mostra que, se você tem menor atividade pré-frontal, pode
ter maior predisposição a comer demais, o que pode levar ao ganho de peso e
obesidade", diz Cassandra Lowe, que liderou o estudo.
Lowe e seus colegas
dizem que há um corpo significativo de pesquisas sugerindo que os indivíduos
que têm menos atividade no córtex pré-frontal quando tomam uma decisão podem
também estar propensos a ter mais alimentos ricos em calorias. Essas pessoas
também podem ser mais vulneráveis a dicas de comida, como anúncios de comida.
Além disso, a obesidade
também parece afetar essa região do cérebro. "A obesidade causa esses
problemas na estrutura e função do cérebro, mas essa relação é recíproca --as
diferenças na estrutura e função do cérebro também podem causar a
obesidade", diz Lowe.
Exercícios e
mindfulness ajudam.
De acordo com os
cientistas, o melhor jeito para estimular a atividade do córtex pré-frontal e
regular os comportamentos alimentares é investir em exercícios físicos e em
mindful eating, ou melhor, praticar a atenção plena durante as refeições.
"Foi demonstrado
que o exercício aumenta a atividade em nosso córtex pré-frontal, o que, por sua
vez, permite-nos ignorar os desejos por comida", explica Lowe. Segundo
ela, além disso, ao focarmos na saúde e nas consequências a longo prazo dos
alimentos que estamos comendo, em vez de apenas saborear, podemos fazer
melhores escolhas alimentares.
Os autores admitem que
mais pesquisas são necessárias para certificar os benefícios do exercício e
mindfulness para o tratamento da obesidade. Entretanto, eles estão otimistas.
"Reenquadrando a questão da obesidade em torno da atividade do córtex
pré-frontal, em oposição à responsividade da região de recompensa, podemos
explorar tratamentos e medidas preventivas que podem inibir o ganho de peso
indesejado", diz Lowe.
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