Resumo da notícia.
- Graviola é uma fruta pouco calórica
e rica vitaminas e minerais
- Seus benefícios ainda estão sendo
estudados, mas sabemos que ajuda no emagrecimento e no envelhecimento da
pele
- Veja como consumir a fruta e quem é
contraindicado.
A graviola é o fruto da árvore Annona muricata, encontrada
principalmente em regiões tropicais. É uma fruta de casca verde e espinhosa,
cujo aspecto lembra o da jaca, sendo conhecida, em certas regiões do Brasil,
como jaca-do-pará. Sua polpa branca é consumida crua ou utilizada em sorvetes,
sucos, cremes e doces. É exótica e bastante popular na região nordeste.
É um alimento pouco calórico --cerca de 66 calorias por 100 gramas, com
muita água em sua composição, fibras e é muito rico em vitaminas e minerais,
como B1, B2, B6, cálcio, magnésio, manganês e potássio. Na graviola são
encontrados muitos compostos bioativos e fitoquímicos, que trazem mais saúde
para o organismo. Diversos estudos científicos investigam seus benefícios,
inclusive os relativos ao câncer, que ainda não foram totalmente comprovados.
Confira o que está sendo estudado e o que já é sabido sobre a fruta:
1. Ajuda a retardar o
envelhecimento da pele.
Por possuir antioxidantes, a fruta ajuda a combater os radicais livres
que causam danos às células da pele, formando rugas e linhas de expressão, por
exemplo. Um estudo demonstrou que o extrato de graviola previne os
danos causados pelos radicais livres, ajudando assim a manter a pele jovem e
saudável por mais tempo. A alta concentração de vitamina C presente na fruta
também contribui para esse efeito antioxidante.
2. Auxilia a emagrecer.
A graviola é uma fruta pouco calórica. Ela pode ser usada, assim, em
substituição a sobremesas ou petiscos mais calóricos. Além disso, é rica em
fibras, que ajudam a produzir a sensação de saciedade e faz com que o intestino
funcione melhor.
Benefícios em estudo.
- Possui compostos que
podem ajudar quem tem câncer:
uma revisão de estudos publicada na revista científica Oxidative Medicine and
Cellular Longevity mostrou que a graviola possui potencial anticâncer e
esse benefício deve ser explorado de forma mais abrangente. Mas ainda precisam
ser realizados mais estudos e uma investigação mais detalhada para explicar
melhor o potencial anti-inflamatório e anticancerígeno do alimento e ter
certeza de que ele pode ajudar.
- É benéfica para quem
tem diabetes:
a graviola pode ajudar a controlar o nível glicêmico
do sangue. Dois estudos realizados com roedores demonstraram efeitos positivos
na redução da glicemia. No primeiro, ratos com diabetes receberam extrato de graviola no organismo por duas
semanas, enquanto outros não receberam nenhum tratamento. O grupo que recebeu o
extrato de graviola apresentou níveis glicêmicos cinco vezes menores. No
segundo estudo, os pesquisadores demonstraram que uma única
administração do extrato de graviola na dose de 100mg/kg foi capaz de reduzir o
nível de glicose no sangue em 75%. E por ser uma fruta rica em fibras, a
graviola in natura auxilia na absorção mais lenta da glicose pelo organismo,
ajudando a controlá-la.
- Combate inflamações: o fruto da Annona muricata também pode ser benéfico
para ajudar a reduzir inflamações. Um estudo publicado no Journal of Medicinal Food comprovou que a Annona
muricata possui ação anti-inflamatória, pois inibe os mediadores químicos
do processo inflamatório. E um outro estudo, do International Journal of Molecular Sciences, estudiosos
sugeriram que a graviola pode ser uma fonte ativa de substâncias com ação
anti-inflamatória.
- Diminui a hipertensão:
pesquisa publicada na revista Pharmaceutical Biology apontou
que a administração endovenosa do extrato de graviola em ratos foi capaz de
reduzir significativamente a pressão arterial, sem alterar a frequência
cardíaca. Isso indica que seu consumo pode ser benéfico para os hipertensos.
- Tem ação antibiótica:
a graviola também pode ter uma importante ação no
combate às infecções bacterianas. Em um estudo in vitro, pesquisadores investigaram o efeito da graviola no tratamento
de diversas doenças orais e apontaram que a fruta tem relevante atuação
antibacteriana e antifúngica. Em outro estudo, os pesquisadores demonstraram que o extrato aquoso da graviola tem
efeito benéfico no combate às bactérias S. aureos e V. Cholerae.
A primeira pode causar infecções como pneumonia e meningite e a segunda é a
causadora da cólera.
- Auxilia no tratamento
do herpes: herpes é uma infecção causada pelos vírus VVZ
(Varicela-Zóster) e HSV (Herpes Simplex Vírus 1 e 2). Um artigo científico revisou as propriedades fitoquímicas e
farmacológicas da graviola e apontou que a fruta pode combater o vírus HSV-1.
Além disso, outro estudo apontou que a graviola também pode combater o
HSV-2.
Riscos e
contraindicações.
A fruta possui toxinas que podem atingir o cérebro chamadas acetogeninas.
E seu consumo exagerado foi associado ao aparecimento de uma forma atípica da
doença de Parkinson nas ilhas Guadalupe, Guam e Nova Coledônia. Por isso, a
graviola é contraindicada para pessoas com doenças neurológicas.
Um outro problema é que, como a graviola tem a propriedade de baixar a
pressão arterial, ela é contraindicada para aqueles que sofrem de pressão
baixa, podendo agravar crises.
A semente da graviola contém substâncias ricas em ácido cianídrico e que
podem causar intoxicação quando ingeridas em excesso. As gestantes também devem
evitar o consumo da graviola, pois ela pode estimular as contrações uterinas,
levando ao aborto.
Formas de consumo.
A graviola é uma deliciosa e adocicada fruta tropical utilizada das mais
variadas maneiras, em receitas de doces, sucos, chás, batidas e sorvetes. A
forma mais comum de consumo da fruta é in natura, sem casca e sem sementes.
Para escolher a fruta no supermercado, basta optar pelas unidades mais macias,
que são as mais maduras. Verifique, também, se a casca não está escurecida ou
rachada, o que pode indicar que a fruta está apodrecendo.
A graviola também é muito utilizada para fazer chá, a partir da infusão
de suas folhas. Nos países em que o cultivo da fruta é mais difícil, é comum
que ela seja utilizada em cápsulas, como suplemento alimentar.
***
Fontes: Jacqueline
Faria Farret, coordenadora da Nutrição do Hospital Pró-Cardíaco; Thalita
Fialho, professora de Nutrição da FMP/Fase (RJ); e Marcela Voris, nutróloga e
membro da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
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