Dois meses após perder
o filho caçula, Luan
Silva Oliveira, de 3 anos, atropelado por uma
composição do metrô de São Paulo, a dona de casa Lineia Oliveira Silva, 25,
contou à Universa como está retomando a vida. Ela, que sofreu um aborto após o
episódio, planeja aumentar a família, voltar a estudar, já que parou na
terceira série do Ensino Fundamental, e a trabalhar para dar uma casa melhor
para os irmãos de Luan, de 7 e 9 anos.
No dia 23 de dezembro
último, Lineia estava na companhia do marido, do sogro e dos três filhos
seguindo de Guarulhos para o litoral. Num dado momento, o menino deixou sozinho
o vagão, entrou num túnel e foi atropelado na estação Santa Cruz, Zona Sul da
cidade. Luan morreu em decorrência de traumatismo crânio encefálico.
Laudos do Instituto de
Criminalística, feitos com base nas imagens do circuito
de Câmeras do Metrô de São Paulo, mostram Lineia
correndo atrás do filho, mas a porta imediatamente se fechou e o trem deu
partida, isentando a mulher de qualquer culpa pela tragédia. Mas a dona de casa
segue sendo julgada, conta ela, por pessoas próximas, inclusive:
Fiquei revoltada porque
as pessoas viram meu filho chorando. Poderiam ter segurado o braço dele. Quando
eu vejo uma criança na rua, sozinha, eu seguro, pergunto com quem ela está.
"Mas ao invés
disso, as pessoas julgam, falam que não cuidei do meu filho, incluindo meu
ex-marido e a mãe dele, que sequer apareceram no enterro. No início, realmente
me senti assim, mas tenho consciência de que fiz tudo pelo meu filho".
Lineia separou-se do
pai de seus filhos depois que Luan nasceu. Ela estava grávida de poucas semanas
do atual marido, um operador de máquinas, mas perdeu o bebê em janeiro. O casal
tenta ter outro.
"Estou me
recuperando do aborto ainda. Mas meu sonho é dar um filho para meu
marido", revela ela, antes de relembrar da última gestação.
"Fiquei tão feliz
quando soube que estava grávida do Luan. Meu anjo", fala ela, que tatuou o
nome da criança no braço.
Lineia está
desempregada. Diz que pretende voltar a estudar e fazer curso de eletrônica,
porque gosta de consertar coisas como televisão.
"Quero dar uma
vida melhor para meus filhos. Faço o que posso por eles. Deixei de pagar conta
para dar uma bicicletinha para o Luan. O que eu podia dar, eu dava".
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