A Universidade Federal
da Bahia passou a incluir no sistema de cotas as pessoas trans (transexuais,
transgêneros, travestis), refugiados e imigrantes. A categoria será somada aos
indígenas aldeados e quilombolas, que já estão inclusos desde 2017.
Neste ano, 25
refugiados participaram da seleção, sendo seis dos selecionados para o primeiro
semestre e oito para o segundo semestre. Entre os transexuais, 47 participaram
e 23 foram selecionados. A UFBA reserva quatro vagas para cada graduação, sendo
uma para cada público. Essa iniciativa foi aprovada na resolução Nº 07/2018 do
Conselho Acadêmico de Ensino da UFBA.
Uma das imigrantes,
Anne Aime, 21 anos, nasceu na cidade de Porto Príncipe, no Haiti. Morando no
Brasil há dois anos, Anne foi aprovada para cursar o primeiro semestre do
bacharelado em Estatística. Segundo Anne, a escolha pelo curso surgiu por conta
do gosto pela matemática. "Muitos imigrantes não têm a oportunidade de
estudar numa universidade federal, têm que fazer Enem para conseguir vaga, isso
(uma seleção específica) facilita muito para entrar na vaga", explica.
A UFBA já fazia
reservas de vagas para pessoas trans nos cursos de pós-graduação, porém em 2019
decidiu passar também para graduação. Pérola Preta Reis foi uma das
contempladas. Ela é formada em Psicologia e neste ano foi aprovada para cursar
Dança na instituição. "Eu sou uma pessoa trans, eu acho que as políticas
públicas que vem se desenvolvendo em diversas universidades tem começado a
pensar nessa população que vive à margem, marginalizada, que sofre criminalizações
e preconceitos, e que vive numa sociedade excludente", comenta.
Baseando-se na
resolução do Conselho Acadêmico, cada curso possui quatro vagas: uma para
aldeados, uma para quilombolas, uma para pessoas trans e uma para refugiados.
Caso não haja preenchimento, a vaga é redirecionada para outros, respeitando a
classificação de acordo com a nota do Enem.
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