O ciclo circadiano
representa o período de 24 horas que regra nosso organismo e determina o
horário certo para sentir fome, sono e até o momento no qual você abre os olhos
todas as manhã. Um novo estudo, liderado por
pesquisadores da University of California - Irvine (EUA) e publicado no
periódico Cell Reports, mostra que esse "relógio biológico"
pode ter suas funções alteradas pelo simples hábito do jejum, o que pode
levar ao desenvolvimento de terapias para diferentes doenças.
A pesquisa foi feita
com ratos e mostrou que, durante o jejum, os animais consomem menos
oxigênio, preservam energia e que os músculos esqueléticos são duas vezes mais
responsivos do que o fígado ao jejum.
"Isso significa
que acontece modificação dos genes, e se conseguirmos manipulá-los de forma que
afete o ciclo circadiano em maior escala, será possível contribuir para
tratamento de doenças genéticas e para melhorar o bem-estar de pacientes, como
crianças que têm dificuldade de dormir", explica o médico Ciro
Martinhago, geneticista e doutor pela Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Pode ajudar a
emagrecer?
De acordo com o
especialista, o corpo entra em modo de reserva quando está de jejum por muitas
horas, liberando glicose e guardando energia em vez de gastar. "Não é o
melhor cenário para quem busca perder peso, mas, se for possível encontrar, por
meio de pesquisa, qual o tempo certo de jejum para melhorar o metabolismo e
fazer com o que o organismo envie respostas positivas, pode ser benéfico",
afirma.
Apesar dos resultados
promissores dessa primeira análise, Martinhago reforça que ainda não é possível
afirmar que eles também se aplicam em humanos. "Mesmo tendo alguns
genes idênticos, a variabilidade em humanos, que têm organismo mais complexo e
é influenciado por emoções, é muito maior do que em ratinhos", indica.
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