Alimentos
ultraprocessados abrem a porta para o sobrepeso na fase adulta e não devem ser
introduzidos na primeira infância, alertam especialistas.
Alimentos com alto teor
de gordura, açúcar e conservantes, chamados de ultraprocessados, podem causar
desequilíbrio energético e nutricional em crianças. Essa é a opinião da
nutricionista Elenilma Barros, especialista em Gestão da Qualidade em Unidades
Produtoras de Refeições pela Universidade Federal do Pará (UFPA), mestra em
Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia e docente da UNAMA - Universidade da
Amazônia.
Segundo a
nutricionista, a introdução de alimentos ultraprocessados não deve ocorrer na
primeira infância, ou pelo menos até os dois anos de idade. “A exposição de
alimentos ultraprocessados na primeira infância pode dispor ao sobrepeso na
fase adulta e à formação ruim do hábito alimentar. O alto teor de gordura,
açúcar e conservantes pode desequilibrar o balanço energético dessa criança”,
afirma Elenilma.
Para a Organização
Mundial da Saúde (OMS), é importante que o aleitamento materno seja exclusivo
até o sexto mês de vida e que possa ser complementado a partir dos seis meses
com alimentos naturais. “O padrão alimentar da família é referência primária
para a criança. É importante que ela participe do consumo alimentar junto com
os integrantes. O responsável deve se preocupar com o alimento que consome,
pois isso serve de exemplo para a criança”, destaca a nutricionista.
Anna Paula Dias, 32
anos, mãe do Pedro Henrique, diz que oferece de tudo ao filho de 5 anos, mas a
preferência de Pedro é por frutas e sucos. “Sempre ofereci fruta, mas também
oferecia outras coisas. O gosto dele é não ser chegado em bolachas recheadas e
doces. Pedro prefere fruta como sobremesa e ama salada”, afirma.
Nas últimas décadas,
mudanças nos hábitos alimentares da população brasileira provocaram a
substituição de alimentos caseiros e in natura (obtidos diretamente de plantas
ou de animais) por alimentos processados e ultraprocessados, com alta
quantidade de gordura, açúcar ou sódio e pouca fibra, além de passarem por
diversas etapas de processamento e adição de muitos ingredientes para aumentar
a durabilidade e palatabilidade.
A mudança na
alimentação é uma das principais causas da atual pandemia de obesidade e de
doenças crônicas. Estima-se que o número de crianças e adolescentes de até 17
anos com sobrepeso aumentou em dez vezes no mundo - somente no Brasil, o
Ministério da Saúde do Brasil aponta que a obesidade atinge 13% dos meninos e
10% das meninas nessa faixa etária.
Para a nutricionista
oncologista Kelly Oliveira, a obesidade é um problema mundial a partir do
momento que é perceptível que atinge adultos e crianças. “O sobrepeso pode ser
evitado com a prática de exercícios físicos, brincadeiras saudáveis que deixem
a criança fisicamente ativa e com a influência da família, ajudando na
construção de um paladar saudável”, completa.
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