domingo, 1 de setembro de 2019

RIGOROSO ESTUDO APONTA QUE COMER GLÚTEN NÃO GERA PROBLEMAS DE INTESTINO...



Transformado em vilão por dietas da moda, o glúten é um nutriente que muitas pessoas ainda evitam, mesmo que inúmeros especialistas já tenham confirmado que cortar o ingrediente do cardápio não é garantia de perda de peso ou de melhoras na saúde —a não ser que o indivíduo tenha doença celíaca ou intolerância ao glúten, condições presentes em uma parcela muito pequena da população.

E um novo e rigoroso estudo, publicado no periódico Gastroenterology, concluiu que o consumo de alimentos com glúten (proteína presente na farinha de trigo, na cevada, no centeio) realmente não está associado ao aumento de problemas gastrointestinais (como dor abdominal, indigestão, constipação e diarreia) e nem provoca fadiga.

Como o estudo foi feito.
Controlada, a pesquisa foi realizada com 28 pessoas, com média de idade de 38 anos, que não apresentavam problemas gastrointestinais.

Os participantes foram divididos em dois grupos: um consumiu duas vezes ao dia 10 g de uma farinha com glúten (ingerindo um total de 14 g do nutriente); já o outro recebeu a mesma porção de uma farinha sem glúten.

Nenhum dos participantes dos dois grupos sabia se estava consumindo ou não glúten durante o estudo —o que é importante para reduzir a interferência do efeito placebo.

Os cientistas avalariam no início do estudo e após duas semanas os problemas gastrointestinais (diarreia, dor abdominal, refluxo, constipação e indigestão) e o nível de fadiga apresentados por todos os voluntários.

Entre as pessoas que consumiram glúten, 13 não demonstraram diferenças significantes (positivas ou negativas) no nível de fadiga, na indigestão, na constipação, na dor abdominal e no refluxo. Além disso, tiveram uma melhora considerável nos quadros de diarreia.

Apesar do número de participantes (28) parecer pequeno, esse é um trabalho científico duplo-cego e controlado. Ou seja, os participantes não sabiam se estavam consumindo glúten e sua dieta foi monitorada pelos pesquisadores, o que traz resultados mais confiáveis.

Em muitos estudos, os cientistas não acompanham os participantes, apenas verificam se as pessoas consumiram glúten ou não, por exemplo, com base em um questionário e depois associam as respostas a problemas que os indivíduos apresentaram (ou não). Isso muitas vezes não permite isolar outros fatores que podem interferir no resultado: como o voluntário apresentar diarreias frequentes pois exagerava no álcool, ou seja, o problema não foi provocado pelo glúten.

Por que o estudo é importante.
Dietas restritivas, que excluem todo um grupo alimentar ou determinada substância, são difíceis de ser mantidas em longo prazo, podem gerar deficiências nutricionais e até quadros de compulsão alimentar. Por isso, é muito importante você saber que não há necessidade alguma de retirar o glúten do seu cardápio para emagrecer ou obter melhoras (ou evitar pioras) na saúde, pois a proteína não faz mal ao organismo de uma pessoa saudável.

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