FONTE: Alexandre Raith, Da Agência Einstein, https://www.uol.com.br/
As
principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo são as doenças
cardiovasculares, sobretudo infarto e acidente vascular cerebral. Já a insuficiência
cardíaca é a maior responsável por hospitalização em pessoas acima de 55 anos
(em um cenário sem covid-19).
"Essas
doenças têm um fator de risco comum, que é a elevação sustentada da pressão
arterial. Eventos cardiovasculares representam 30% de todos os óbitos, enquanto
a elevação da pressão arterial, como fator isolado, 12%. Desta forma, o meio de
salvar mais vidas globalmente seria o adequado controle da hipertensão. Assim, o impacto para a saúde individual e coletiva é
gigantesco", ressalta Otavio Berwanger, diretor da Academic Research
Organization (ARO), unidade de serviços de pesquisas clínicas do Hospital
Israelita Albert Einstein.
Ao
levar em consideração que a hipertensão é o grande vilão, o hospital elaborou
dois programas de pesquisa de larga escala, em parceria com o Ministério da
Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do
Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
O
primeiro deles é o OPTIMAL DIABETES, estudo randomizado que analisa o controle intensivo da
pressão arterial para redução de eventos cardiovasculares em pacientes com
diabetes mellitus.
Tradicionalmente,
o tratamento se resume em manter a pressão arterial sistólica abaixo de 140
mmHg. "Estamos desafiando o conceito e propondo um nível menor de 120
mmHg, a fim de verificar se há redução de eventos de causas cardiovasculares em
hipertensos com diabetes. O objetivo é avaliar 9 mil pessoas, em parceria com
32 hospitais públicos, universidades e centros de pesquisa", explica
Berwanger, que lidera o projeto.
Os
critérios de elegibilidade do OPTIMAL DIABETES são idade igual ou maior de 50
anos, pressão arterial sistólica entre 130 e 180 mmHg, ter diabetes tipo 2 e
ser considerado como de risco cardiovascular elevado. Os integrantes do estudo
se dividem em dois grupos, um com meta pressórica abaixo de 120 mmHg e outro,
menor de 140 mmHg. Ambos tomam medicações anti-hipertensivas como parte da
intervenção. Os participantes serão acompanhados até o final de 2023. A
divulgação dos resultados está prevista para logo após a finalização do
seguimento.
Já
o segundo estudo liderado pelo Hospital Israelita Albert Einstein é o OPTIMAL
STROKE, que avalia se o nível de pressão arterial sistólica abaixo de 120 mmHg
é benéfico para hipertensos que já sofreram um acidente vascular cerebral
isquêmico.
O
objetivo é determinar qual o melhor nível, para assim diminuir o número de
eventos cardiovasculares. "É uma medida de fácil aplicação. Realizamos
apenas com ajustes de dosagem da medicação. E o controle pode ser avaliado em
um posto de saúde, de forma que, uma vez confirmado, o benefício do estudo e a
aplicabilidade dos resultados é imediata", afirma Berwanger, que também
lidera este projeto.
A
meta do OPTIMAL STROKE é avaliar 7 mil pessoas. Para isso, participam do
projeto, que igualmente é desenvolvido por meio do PROADI-SUS, 25 hospitais
públicos, universidades e centros de pesquisa de todas as regiões do Brasil.
Os
parâmetros de inclusão de participantes, que são acompanhados por um tempo
médio de 42 meses, são idade igual ou maior de 18 anos, pressão arterial sistólica
entre 130 e 180 mmHg, história de AVC isquêmico ou acidente isquêmico transitório e ser
considerado como de risco cardiovascular elevado. A metodologia utilizada é a
mesma do OPTIMAL DIABETES.
Iniciado
em 2019, o projeto OPTIMAL AVC fará o acompanhamento da meta pressórica dos
pacientes até o final de 2023 e terá os resultados divulgados logo após a
finalização do seguimento dos participantes.
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