FONTE: *** , Julia Natulini, https://www.msn.com/
O sono tem sido um motivo de preocupação devido à sobrecarga
das tarefas do cotidiano e inseguranças. Com isso, grande parte das pessoas
dormem menos e com uma qualidade de sono inferior.
Entre
as diversas técnicas com o objetivo de diminuir a insônia estão os medicamentos
para dormir, também conhecidos como hipnóticos. Parece existir uma busca pela
pílula mágica com a capacidade de fazer todos dormirem melhor e acordar
dispostos na manhã seguinte, mas será que essa alternativa vale para qualquer
pessoa?
Para
esclarecer o assunto e entender quando é permitido o uso desse tipo de remédio,
o SD conversou
com o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião do Hospital Albert Einstein.
Quais
são os perigos dos remédios para
dormir? Pode aumentar o risco
de depressão do sistema nervoso central, ou seja, dificuldades para se manter
alerta ou acordado fora do período em que gostaria de dormir. Falta de
coordenação motora durante a manhã. Essas alterações são maiores com uma
categoria de medicações conhecida como benzodiazepínicos, que também estão
associadas ao risco de depressão respiratória
que pode ser grave em pessoas com apneia obstrutiva.
Esses medicamentos não
devem ser misturados com outras categorias de substâncias, como o álcool ou
combinados com outras medicações que também causam depressão do sistema nervoso
central.
Além
disso, quando o paciente começa a tomar esse remédio por conta própria pode
haver pensamentos anormais e alterações de comportamento, devido a algumas
medicações causarem alucinações, agitações e alterações de memória.
Outro
tipo de mudança é o sonambulismo, quando a pessoa faz atividades como
andar, comer, ligar para alguém ou mesmo dirigir, mas, na realidade,
não está completamente acordada. Isso também é mais comum em determinadas
categorias de remédios, mas são consideradas perigosas, pois pode levar o
indivíduo a machucar os outros e a si mesmo.
Para
as pessoas que sofrem com depressão, esses transtornos depressivos podem
aumentar, principalmente nos pacientes que já possuem o diagnóstico da doença.
Portanto, é importante avaliar o quadro do paciente antes de prescrever esse
tipo de medicação.
Segundo
o Dr. Marcelo Valadares, o principal tratamento para a insônia não é
medicamentoso. “O ideal é tentar identificar a causa da insônia. Ela pode
ser causada por dores, ansiedade, ambiente inadequado, ou até mesmo,
dificuldades respiratórias. Todas as possíveis causas precisam ser tratadas
antes de iniciar o uso de medicações específicas para insônia. Mesmo os
pacientes que não melhoram dessa forma, podem tentar uma técnica conhecida como
terapia cognitiva comportamental (é uma forma de psicoterapia que se baseia no
conhecimento empírico da psicologia)”.
“É
importante sempre investir na higiene do sono: hábitos que estimulam a dormir,
ambiente propício, e eliminar elementos que levem a agitação, como uso de
estimulantes como cafeína, substâncias como álcool, e telas (televisão e
celular, por exemplo) na hora do sono”, explica.
Vale
ressaltar que alguns remédios para
dormir afetam outros problemas de saúde como os transtornos psiquiátricos, mais
comum quando inicia o uso incorreto do medicamento. É essencial conhecer o
quadro clínico do paciente e selecionar uma medicação adequada, com a dose
certa e acompanhar o caso, principalmente no período inicial de adaptação.
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Consultoria: Dr. Marcelo
Valadares, médico da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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