FONTE: Raquel Paulino/especial para o Ig,
TRIBUNA DA BAHIA.
Só de pensar no mau cheiro que os
pés exalarão, há quem não tenha coragem de tirar os sapatos em locais públicos
(um restaurante japonês,
por exemplo) ou mesmo de dar uma relaxadinha nos calçados durante o expediente.
O culpado por todo esse desconforto é o chulé – ou, se preferir chamar pelo
nome técnico, a bromidrose.
É preciso entender, portanto, de
onde vêm essas bactérias. Sua principal fonte está na má higienização dos pés.
Quando os espaços entre os dedos não são lavados ou a secagem pós-banho não é
feita adequadamente, as bactérias se acumulam nessa área e começam a agir,
gerando chulé.
Aliado a isso, o hábito de manter os pés
fechados em sapatos também beneficia o crescimento bacteriano. “Se os calçados
forem de materiais sintéticos, como plástico ou borracha, a situação piora.
Eles estimulam a sudorese, retêm completamente a umidade e viram colônias de
bactérias”, diz o podólogo Aires Charão, da Clínica Quiropé.
Mas mesmo pés muito bem asseados
e refrescados podem se tornar vítimas de chulé: isso acontece quando surgem
frieiras nos dedos ou micoses nas unhas. Márcia afirma que “essas condições
levam aos pés fungos e bactérias que só desaparecerão com a eliminação das
infecções. Durante o tratamento, é normal
algum cheiro forte se manifestar”.
Confira dez dicas da dermatologista e do
podólogo para evitar ou eliminar o chulé e fique tranquilo nas próximas vezes
em que for tirar os sapatos em público.
1. Dê atenção à lavagem dos
pés.
Assim como todo o corpo, os pés devem ser lavados com esponja ou bucha e
sabonete. Os espaços entre os dedos precisam de uma dose extra de atenção, pois
é lá que as bactérias gostam de se alojar. Esfregue bem todos os vãos.
2. Seque os pés muito bem
depois do banho.
Use dois pedaços de papel higiênico (um para o pé esquerdo e um para o direito)
para enxugar os espaços entre os dedos – a toalha não absorve a umidade tanto
quanto ele e, de toda forma, normalmente está úmida quando chega a vez de secar
os pés. Uma secagem bem feita é meio caminho andado para evitar o alojamento e
a proliferação das bactérias.
3. Use talco antisséptico
para os pés.
Para garantir que os pés fiquem realmente bem enxutos, passe talco antisséptico
nos pés após a secagem com papel higiênico. Ele absorverá qualquer vestígio de
umidade que possa ter sobrado nos vãos entre os dedos.
4. Permita que os pés
“respirem”.
Sempre que possível, tire os sapatos fechados e deixe os pés se refrescarem. Em
casa, use chinelos ou sapatos arejados e confortáveis de pano ou de couro.
Estes são os melhores materiais para a evaporação do suor dos pés.
5. Prefira as meias de
algodão.
O algodão permite que o suor dos pés evapore com mais facilidade e, assim, as
bactérias que possam estar nos pés não tenham tempo de agir e criar chulé.
Meias de nylon, por outro lado, tendem a reter o suor, criando o cenário ideal
para a proliferação bacteriana. Evite-as o máximo que puder.
6. Não reutilize meias sem
lavá-las.
Depois de usadas, as meias carregam bactérias pelo menos do lado de fora (no
caso de pés que tenham sido bem asseados e secos). Se elas não forem lavadas,
as causadoras do mau cheiro se espalham pelo tecido e podem chegar, no próximo
uso, aos espaços entre os dedos. É lá que o suor tende a se concentrar.
Resultado: chulé.
7. Esterilize suas
meias.
É mais simples do que você imagina: passe as meias, pelo avesso, com ferro
quente. Isso matará qualquer vestígio de bactéria que possa ter sobrado após a
lavagem.
8. Não use o mesmo par de
sapatos em dias seguidos.
Não importa se é inverno ou verão, os sapatos ficam quentes e um pouco úmidos
depois do uso e levam cerca de 24 horas para estarem realmente secos novamente.
Se forem recolocados nos pés em um período mais curto que isso, levarão umidade
aos dedos e propiciarão o ciclo já conhecido: bactérias no ambiente de que mais
gostam para a proliferação e consequente produção do mau cheiro. Deixe os
calçados descansarem em locais arejados e, de preferência, ensolarados.
9. Escolha sapatos que não
“sufoquem” os pés.
Couro e tecidos (na superfície, no forro, na palmilha e no solado) são os
melhores materiais para os sapatos no que diz respeito a evitar chulé, pois
eles permitem que o suor evapore com mais facilidade. E quanto mais aberto ou
com frestas o modelo, melhor. Evite calçados muito fechados e de materiais
sintéticos, como borracha e plástico. Eles estimulam a sudorese e retêm toda a
umidade dos pés, dando as condições ideais para o surgimento de odores ruins.
Frieiras e micoses levam fungos e bactérias aos pés. Nesse cenário, é normal
ser gerado algum chulé enquanto as infecções não forem eliminadas, e o
tratamento adequado só poderá ser recomendado por um médico após consulta
individual. Portanto, nada de apelar para um remédio usado por um amigo ou
parente para algo parecido. Cada caso é um caso.
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