FONTE: Amanda Sant’ana, TRIBUNA DA BAHIA.
Nos últimos 15 anos, a incidência
da doença renal crônica triplicou. De acordo com dados da Sociedade
Brasileira de Nefrologia, a doença está assumindo níveis epidêmicos no Brasil e
segundo dados da sociedade médica, somente
30% dos pacientes conhecem seu diagnóstico, que, quando tardio, pode levar à
diálise, transplante ou até à morte precoce.
O número de brasileiros já em
diálise, fase final da doença, cresce em cerca de 8% ao ano, porém os especialistas acreditam que a doença ainda é subdiagnosticada.
Enquanto no Brasil, para cada milhão de brasileiros, 400 estão em
programa de diálise. Em países como Estados Unidos e Japão, existem mais de
1.000 pacientes por milhão de habitantes em programa de diálise: ”Esta
diferença deve-se ao fato de que muitos brasileiros morrem de doença renal
crônica desconhecendo o diagnóstico”, alerta o especialista e professor de
Nefeilogia, Hugo Abensur.
A doença renal crônica é
caracterizada pela perda lenta e progressiva da função renal – geralmente
“silenciosa”, somente se manifesta quando já em estágio avançado – e tem como
causas principais o diabetes e a hipertensão arterial. Anemia, doença óssea (a
vitamina D mais ativa é produzida no rim) e elevação da pressão arterial são
algumas de suas consequências mais graves.
Existem cinco estágios da doença,
de acordo com o grau de lesão e perda da função renal. No estágio cinco, quando
o paciente já perdeu
mais de 85% da função renal, é necessária uma terapia de substituição da função
renal. Caso contrário o paciente evoluirá para o óbito.
Em estágio avançado pode afetar a função
óssea, levando o paciente a fraturas constantes, dores crônicas, problemas
vasculares e morte prematura. Esta condição, chamada de
“Hiperparatiroidismo Secundário”, pode ser controlada por outro teste simples
de sangue, que mede a concentração de cálcio no sangue, permitindo melhor
controle dos níveis de vitamina D e, consequentemente, melhor qualidade de vida
para o paciente já em estágio avançado da doença.
Para o controle geral da doença
em estágio avançado, existem duas opções de tratamento:
transplante renal com doador vivo ou falecido, que oferece melhor qualidade de
vida e maior sobrevida, e a diálise, processo de filtragem do sangue com
eliminação das toxinas e do excesso de líquido acumulado, que deve ser
realizado, em sessões semanais, geralmente em ambiente hospitalar ou em
clínicas especializadas.
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