FONTE: CORREIO DA BAHIA ( ).
A idosa, mesmo
surpresa com a descoberta, não quis remover o feto.
Uma idosa de 84 anos descobriu na última semana que
carregava um feto na barriga há 44 anos. O fato aconteceu em Natividade, no
sudoeste do Tocantins.
A descoberta foi feita depois de exames. A idosa estava
na Unidade de Saúde da Família e foi diagnosticada com tumoração. Depois de
pedir um raio-x, uma ginecologista constatou que se tratava de um feto e encaminhou a paciente para o Hospital Regional de Porto Nacional para que novos
exames fossem feitos.
A ginecologista Gesneria Kratka atendeu a idosa no novo hospital.
Ela contou ao G1 Tocantins que a mulher procurou os médicos depois de sentir
muitas dores no estômago e enjoos. A idosa preferiu não ter o nome divulgado.
À médica, a idosa contou que engravidou há 44 anos. Ela
disse que não chegou a fazer um pré-natal, mas percebeu o crescimento do bebê
com o tempo. Depois de algumas semanas, sentiu dores fortes e procurou um
curandeiro, que passou remédios para ela. "A barriga não cresceu mais, o
bebê parou de movimentar e ela pensou que tinha abortado", conta a médica.
O feto morreu, mas continuou na barriga da mulher. A
ginecologista diz que a mulher teve uma gravidez chamada de ectópica, fora do
útero. Para a médica, o corpo faz adaptações para se ajustas às mudanças e isto
explicaria o fato da idosa ter passado tanto tempo sem sofrer problemas de
saúde mesmo carregando um feto morto.
"Pela ultra-som não foi possível ver o feto. Nós
fizemos um raio-x. Pelo exame é possível ver o rosto, os ossos dos braços, das
pernas, as costelas e a coluna. Algumas partes estão 'borradas', estão em uma
fase de calcificação e tiveram o aspecto modificado. É provável que o feto
tenha morrido na 20ª semana, no máximo na 28ª", detalha a médica.
A idosa, mesmo surpresa com a descoberta, não quis
remover o feto. "Ela é viúva e disse que se o feto ficou durante
todos estes anos dentro dela, ela prefere não tirar", diz. A ginecologista
considera que há riscos e pretende conversar com parentes da idosa depois de
fazer mais exames para que a possibilidade de uma intervenção cirúrgica seja
analisada.
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