FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
O Ministério da Saúde colocou em
consulta pública a proposta de um novo protocolo de tratamento de crianças e
adolescentes com HIV. O documento pretende reduzir de seis para quatro semanas
o tratamento com AZT (coquetel antiaids) para recém-nascidos de mulheres
soropositivas que se trataram durante o
gravidez.
As crianças cujas mães não foram
acompanhadas durante a gravidez, além de
tomar o AZT, deverão tomar três doses de Nevirapina. O protocolo também sugere
que crianças de um a cinco anos, com carga viral de HIV superior a 100 mil,
considerada alta, iniciem o tratamento. O protocolo ficará em consulta pública
até 9 de março. A faixa etária considerada para o protocolo é de recém-nascidos
até os 17 anos.
Para o infectologista presidente
da Sociedade Brasileira de Infectologia, Érico Arruda, a mudança é positiva, já
que reduz o tempo de tratamento mantendo a eficácia, mas ele ressalta que
grande parte das grávidas não tem acesso ao exame
que detecta o vírus HIV no pré-natal, algo essencial para o tratamento precoce.
Para o especialista, é possível reduzir a quase zero o número de crianças
infectadas detectando o vírus da mãe no início da gestação.
“Testar todas as mulheres
grávidas, ter um programa de pré
natal que consiga atender toda a demanda de mulheres gravidas, é o que propõe
uma série de medidas nacionais, mas falta a prática” avaliou Arruda.
Curitiba foi exemplo neste combate em 2013,
ano em que a capital paranaense não teve novos registros de menores de 13 anos
com o vírus. O coordenador do programa Mãe Curitibana, Wagner Dias, explicou
que quando a gestante inicia o pré-natal em uma unidade básica de saúde de
Curitiba, são feitos os testes para HIV e sífilis. O teste é feito duas vezes
durante a gestação e ainda é feito um teste rápido no momento em que a gestante
dá entrada na maternidade. Quando detectado o vírus, a gestante recebe
acompanhamento de um infectologista e inicia o tratamento com retrovirais na
15ª semana de gravidez.
No ano passado, 96 gestantes soropositivas
foram acompanhadas em Curitiba e nenhuma transmitiu o vírus para o bebê. A
transmissão geralmente acontece durante a gestação, no parto ou na amamentação.
Arruda recomenda que mães soropositivas não
amamentem seus filhos. Ele conta que para a mãe não passar o vírus para a
criança é importante que comece a tomar os antirretrovirais preventivos entre o
segundo e o terceiro trimestre de gestação.
Para estas mães, também é importante que o
parto seja cesáreo e que a criança seja limpa imediatamente depois, para que
possa ter o mínimo de contato possível com as secreções da mãe.
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