FONTE: , em São Paulo (noticias.uol.com.br).
A tecnologia
impulsiona o século XXI com avanços e funcionalidades que facilitam o dia a dia
dos usuários, mas este período de "modernidade" pode ser prejudicial
à saúde e à qualidade de vida, explicou nesta segunda-feira (17) à Agência Efe
o médico do esporte Gustavo Magliocca.
Há uma correlação
entre o acesso a aparelhos e a modernidade que leva a uma redução da atividade
física, pois o tempo que a pessoa fica sentada é muito maior. "É preciso
ter certo nível de prática física para reduzir o risco maior de obesidade e
doenças crônicas", ressaltou o médico.
De acordo com
Magliocca, o principal problema no excesso de contato com esses aparelhos é que
não há "movimentação do corpo".
O médico explicou que
o sedentarismo, aliado ao uso excessivo desses aparelhos, foi evidenciado por
um estudo canadense divulgado na última semana, que aponta uma relação direta
entre as maiores ocorrências de diabetes e obesidade em grupos que utilizam
muita TV e computador ou passam muito tempo dirigindo.
Segundo os resultados
publicados no Jornal da Associação Médica Canadense, que analisou mais de 150
mil adultos em 107 mil famílias de 17 países, as pessoas que têm os três
aparelhos em casa - televisão, computador e carro - apresentam 9 cm a mais na
cintura, além de propensão à obesidade ao diabetes tipo 2. A taxa de obesidade
nas famílias estudadas sem nenhum desses aparelhos é de 3,4%, enquanto em casas
com os três é de 14,5%. O diabetes tipo 2 atinge 11,7% das famílias que
utilizam os aparelhos e 3,4% das que não usam.
"O estudo
correlacionou o tempo sentado ao aumento da ingestão calórica associada a tais
modernidades e ao tempo no trânsito. Essas duas coisas refletem o ganho de
peso, em consequência de um balanço entre o quanto se ingere por dia e o que se
gasta", explicou o médico.
Magliocca indica que
é necessário equilibrar a alimentação, exercícios físicos e qualidade de vida
para atingir um bom resultado de "bem estar, saúde e diminuição dos riscos
de doenças crônicas ou sistêmicas".
"É preciso
estimular o movimento, a atividade física e a ingestão adequada de alimentos,
incentivando pessoas com rotina menos ativa, que trabalham 12 horas ao dia, a
se levantar mais vezes durante o dia, subir escadas, andar de bicicleta ou usar
transportes públicos que estimulem a movimentação", disse.
Para diminuir os
impactos do sedentarismo, o médico é direto. "As pessoas precisam se
preocupar com a saúde. Uma dica é a caminhada. O ideal é dar de 8 a 10 mil
passos por dia, o que equivale a quase 90% da atividade física diária
recomendada", explicou.
Outro dado da
pesquisa para o qual Magliocca chama a atenção é que a faixa etária mais
atingida com o sedentarismo provocado pelo uso de aparelhos tecnológicos são os
adultos jovens e os adolescentes, segundo ele "os maiores prejudicados
pela cultura da modernidade".
O médico ainda alerta
para uma associação de fatores diários como hidratação, sono, controle de
estresse, boa alimentação e prática de atividade física intercalada nos
horários livres de cada pessoa, o que aumenta a capacidade de concentração, o
bom humor e previnem contra tipos de câncer, além de outros benefícios.
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