FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Ao longo dos últimos trinta anos, a prática de
atividade física entre as crianças diminuiu acentuadamente. As implicações de
saúde pública desse declínio incluem uma crescente prevalência de obesidade e
doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Agora, os especialistas começam
a questionar quais as consequências do sedentarismo para o cérebro das
crianças.
Um artigo publicado por mais de 20 pesquisadores
no periódico Monographs of the Society for Research in Child
Development indica que, apesar de muitas escolas terem reduzido as aulas
de educação física para dar mais ênfase no estudo, a iniciativa acabou tendo
resultado oposto: o desempenho escolar das crianças caiu.
Instituições de saúde norte-americanas sugerem
que as crianças tenham no mínimo 60 minutos de atividade física intermitente
por dia. No entanto, em 2012, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção
de Doenças dos Estados Unidos, apenas 30% dos alunos tiveram educação física
diariamente.
No entanto, estudos mostram que crianças
fisicamente ativas tendem a superar seus pares sedentários na sala de aula e
nas provas. Segundo as monografias, aqueles que se envolvem mais em atividades
físicas têm um volume maior nos gânglios basais e no hipocampo, duas áreas do
cérebro associadas ao controle cognitivo (controle do pensamento, tomada de
decisão e ação) e à memória.
Crianças fisicamente ativas também têm mais
atenção e concentração que as sedentárias. Isso vale inclusive para crianças
com necessidades especiais, segundo os pesquisadores. Eles acrescentam que a
atividade física é uma intervenção não medicamentosa importante para crianças
com TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade) e transtornos do
espectro do autismo.
Um dos principais autores, o professor de
cinesiologia e saúde comunitária Charles Hillman, da Universidade de Illinois,
diz que os governos de as escolas devem considerar essas evidências e investir
em mais atividade física.
Sobre o autor.
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, com residência em psiquiatria no Instituto de
Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no Projeto Sexualidade do Hospital
das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar seu trabalho no estudo da
sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para o grande público, quando
o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a dúvidas através de
diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste
espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre saúde,
sexo e comportamento.
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