FONTE: iG Minas Gerais | Raquel Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.
Na data de hoje é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Atualmente
considerada quase como uma doença crônica, a Aids não representa mais uma
sentença de morte para os portadores que fazem o tratamento corretamente. Os
medicamentos já conseguem garantir uma boa qualidade de vida aos pacientes, mas
têm efeitos colaterais.
Um dos mais importantes é a
lipodistrofia. “O distúrbio causa uma alteração na distribuição da gordura
corporal”, explica a cirurgiã plástica Daniela Pinho, especialista pelo
Hospital Heliópolis, em São Paulo, referência em cirurgia plástica reparadora
para portadores de HIV com lipodistrofia.
Por cerca de dez
anos, a educadora M. A. S.*, 44 anos, conviveu
com as alterações corporais. Ela começou a tomar os antirretrovirais em 2001 e
conta que, um ano depois, seu corpo já havia mudado. “As pernas afinaram muito
e o bumbum sumiu todo. Eu não conseguia nem usar calça jeans, porque ela ficava sobrando. As
pessoas começaram a reparar, e eu tinha que ficar procurando roupas que
disfarçassem. Só usava vestidos e saias rodadas”, diz. Por outro lado, ela
sofreu um acúmulo de gordura no abdômen.
Mas há cerca de
dois anos, M. fez uma abdominoplastia e um implante de
silicone nos
glúteos. “Hoje eu estou com um corpão”, comemora.
Democrático. A cirurgia
reparadora para soropositivos com lipodistrofia faz parte dos procedimentos
fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2004. Além de melhorar a
autoestima dos pacientes, a cirurgia contribui para uma maior adesão ao
tratamento para a Aids. “Em algumas pessoas, o distúrbio é tão importante que
elas deixam de tomar os remédios. E aí, o vírus pode ficar mais resistente,
aumenta a carga viral no sangue, sem falar que a pessoa morre se não tomar os
medicamentos”, alerta a médica Daniela.
Segundo uma nota
da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, acidade ainda
não realiza esse tipo de cirurgia. Mas essa solução está a caminho. “O Hospital
Eduardo de Menezes (FHEMIG) encontra-se em processo de credenciamento junto ao
Ministério da Saúde”, informou o texto.
Há uma lista de requisitos a
serem preenchidos para o paciente poder passar pela plástica reparadora. Assim,
o primeiro passo para quem está interessado no procedimento é procurar seu
infectologista para a busca de orientações.
* Nome ocultado
a pedido da entrevistada.
Flash
Região. O Sudeste é a região com
maior número de casos da doença (56%). Mas, de 2001 a 2011, o Ministério da
Saúde registrou uma queda na taxa de incidência de 22,9 para 21 casos para cada
100 mil habitantes.
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