FONTE: Agência Brasil, CORREIO DA BAHIA.
56
países, responsáveis por cerca de 65% das emissões mundiais de gases de efeito
estufa, entregaram objetivos de redução à ONU.
Os objetivos de redução dos gases de efeito estufa,
anunciados até agora em nível mundial, levariam a um aquecimento climático “bem
superior a 2 graus”, limite fixado pela Organização das Nações Unidas (ONU),
segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (2) em Bonn (Alemanha).
O mundo continua em trajetória de
subida de 2,9 a 3,1 graus até 2100, informa o Climate Action Tracker (CAT),
organismo que integra quatro centros de investigação e que analisa as emissões
e os compromissos dos países, no estudo divulgado paralelamente às negociações
preparatórias à Conferência de Paris sobre o Clima.
Os compromissos de redução apresentados pelos governos à
ONU “levam a emissões mundiais bem superiores aos níveis necessários para
conter o aquecimento em 2 graus” em relação à época pré-industrial, mostra o
estudo.
A Conferência de Paris sobre o
Clima, marcada para dezembro, visa a obter um acordo para limitar o aumento da
temperatura mundial a 2 graus. Segundo os cientistas, um aquecimento além desse
limite terá consequências irreversíveis.
Até a terça-feira (1º), 56
países, responsáveis por cerca de 65% das emissões mundiais de gases de efeito
estufa, que provocam o aquecimento climático, entregaram os seus objetivos de
redução à ONU.
De acordo com o estudo, para limitar
o aumento da temperatura a 2 graus, os governos devem reforçar
significativamente os seus objetivos: “devem reduzir em conjunto as emissões
mundiais de dióxido de carbono equivalente entre 12 e 15 gigatoneladas
até 2015 e entre 17 e 21 gigatoneladas até 2030”.
As emissões de gases de efeito
estufa chegam atualmente a cerca de 50 gigatoneladas.
Sobre os compromissos de 15
países (representando 64,5% das emissões mundiais), o CAT considerou sete
“inadequados” (Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Cingapura, Coreia do
Sul, Rússia), seis “médios” (China, União Europeia, México, Noruega, Suíça, Estados
Unidos) e apenas dois “suficientes” (Etiópia e Marrocos).
“A maioria dos governos que já
apresentaram os seus compromissos de redução deve rever os seus objetivos de
acordo com a meta mundial e, na maioria dos casos, reforçá-los. Os que ainda
estão estabelecendo as metas devem ser tão ambiciosos quanto possível”, lembrou
o Niklas Hohne do NewClimate Institute, um centro de investigação membro do
CAT.
Os dez principais emissores de
gases de efeito de estufa que ainda não divulgaram os seus objetivos são:
Índia, Brasil, Irã, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Tailândia,
Turquia, Ucrânia e Paquistão. Eles são responsáveis por 18% das emissões em
nível mundial.
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