FONTE: Fernanda Aranda, TRIBUNA DA BAHIA.
Publicado pelo Jolivi, site parceiro da Tribuna da Bahia.
Atenção,
atenção: há fundamento científico na lamentação “está cada vez mais difícil
emagrecer”.
Isso
significa que os índices crescentes de obesidade são sim formados por uma
população cada vez mais afetada pelos males do sedentarismo, ludibriada pela
indústria da dieta, no alvo de doenças graves ligadas ao excesso de quilos –
como diabetes, câncer e infarto – mas que também enfrenta mais percalços para
perder peso do que no passado.
É o que revela a análise de 36 mil dados, feita
pelo Instituto Canadense de Pesquisa em Saúde. Para chegar aos resultados,
os pesquisadores avaliaram o perfil nutricional de duas gerações.
As estatísticas mostram que a mesma ingestão calórica
deixou o peso dos jovens de 2008 – a chamada geração Y – 10% maior quando
comparado com o dos jovens do ano 1971.
O mesmo fenômeno foi registrado na análise da variável
“atividade física”. Os mais novos de atualmente, vejam só, tiveram o peso
acrescido em 5%, mesmo praticando exercícios físicos com a frequência idêntica
do que os da década de 70.
Em um primeiro momento, isso pode indicar que as calorias
contemporâneas “pesam” mais do que as calorias que frequentaram os bailes de
três décadas atrás….
Porém, preciso dizer, é bem mais do que isso.
No relatório de hoje, os consultores da Jolivi – seu canal
eletrônico de saúde natural – revelam que há mais fatores que sustentam a
obesidade e que comprometem o emagrecimento.
Uma Caloria não é igual a uma Caloria. E isso pode ser
decisivo.
Sabotagem.
Uma reflexão antes de mais nada.
O médico Leonardo Aguiar, cirurgião plástico e nosso
consultor, explica que a obesidade, atendendo aos interesses do padrão de
consumo, foi alçada a um problema que só poderá ser solucionado com ações
radicais, com pílulas milagrosas ou cirurgias transformadoras.
Isso – alerta Dr. Leonardo – afastou as pessoas das
informações efetivas que auxiliam na manutenção ou recuperação do peso
saudável.
“O que sabota o emagrecimento é a agravante em acreditar
que o gerenciamento dos quilos em excesso precisa ser terceirizado para uma
espécie de varinha de condão”.
Ainda
que alguns recursos do tipo “o adoçante que é gostoso como açúcar”, “a barra de
cereal saudável e gostosa” e o “shake que vale uma refeição” tenham invadido as
casas das pessoas, os gráficos mostram que estas estratégias não têm conseguido
deter os índices de obesos no País.
Para saber se você sucumbiu a estes artifícios – que
parecem te encorajar ao emagrecimento, mas que de alguma forma te mantém às
voltas com a obesidade – há uma forma simples.
Responda às perguntas abaixo (com sinceridade):
– Quantas dietas da moda você já consumiu com promessas
mirabolantes e sem resultados efetivos?
– Quantos alimentos você já deixou de comer por terem má
fama no processo de emagrecimento e o resultado não foi apresentado nos
ponteiros da balança?
– Por outro lado, quantos produtos industrializados que
parecem alinhados à vida saudável você consome sem nem questionar o que são os
nomes impronunciáveis que aparecem no rótulo?
Amigos secretos #sqn (só que não, na linguagem virtual)
É verdade que a obesidade, não raro, é uma condição de
profundo sofrimento, que pode desencadear isolamento social e exigir apoio de
recursos externos para ser combatida.
Isso não significa, no entanto, que o processo de
emagrecimento precisa ser extirpado das mãos de quem deseja emagrecer.
Para isso, Dr. Roberto Franco do Amaral Neto – nosso médico
consultor e profundo estudioso dos nutrientes – avalia que é preciso disseminar
os caminhos que, de fato, contribuem para o emagrecimento e revelar quais
orientações nutricionais já mostraram mais atrapalhar do que ajudar nesta
problemática chamada obesidade.
Ao mesmo tempo, é urgente fortalecer a mensagem de que o
excesso de peso é um “sintoma” do estilo de vida que nos cerca, enraizado em
nossa história familiar e também resultante de nossas escolhas ao longo da
vida.
Para ajudar os interessados neste processo de perder peso,
pedi ao Dr. Roberto que listasse 8 fatores inesperados – para a maioria de nós
– associados ao peso nocivo para a saúde.
São informações importantes, totalmente conectadas à vida
real.
Elas foram feitas com base nos ensaios científicos
pincelados pelo nosso consultor e na experiência com mais de 3 mil pacientes
que já fizeram parte da rotina dele.
Antes de revelar quais são os inimigos secretos da dieta,
vale mais informação: a Jolivi oferece toda semana recomendações importantes
sobre a forma de proteger a saúde naturalmente. Nossa posição independente
permite o compartilhamento destes dados que, nem sempre, frequentam os
consultórios clínicos e os informes tradicionais. Vale à pena continuar conosco
e convidar mais gente para participar desta turma.
Chegou a hora da revelação dos inimigos da dieta:
1)
Barras de
cereais, bolachas e biscoitos fit.
São alimentos que passam a falsa percepção de saudáveis, estimulando o consumo
por vezes excessivo. Muitas vezes são produzidos com gorduras trans,
ingrediente nocivo e pró inflamatório, que agrava o estado de inflamação já
causado pela obesidade no organismo. Além disso, boa parte destes produtos
industrializados disponíveis no mercado é rico em frutose industrializada
(HFGS). Ela é um tipo de açúcar mascarado – que favorece o acúmulo de gordura
no fígado e estimula a produção de insulina – o que é um risco extra para quem
já está próximo de problemas como diabetes. Prefira as frutas in natura ou as
secas. Cenouras, pepinos e tomates cereja, fáceis de carregar em pequenos
recipientes, também são boas opções.
2) Refrigerantes e sucos diet ou light e zero caloria.
É amigos. O sabor doce do produto diet ou light engana seu cérebro. O paladar
ao sentir o gosto adocicado envia a mensagem de que algo calórico está sendo
consumido. Quando isso não ocorre, o apetite é estimulado, ainda que algumas
horas depois. Alguns estudos mostram que o obeso que usa muito produtos diets
acaba comendo mais ao fim do dia. Além disso, essa forma artificial de adoçar
os líquidos pode resultar em disbiose intestinal, que é uma alteração na
população de bactérias que habitam nosso intestino. Isto faz com que mais
bactérias “más” do que “boas” morem em nosso órgão e pode se manifestar com
prisão de ventre, intestino solto, dor abdominal, alergias de repetição ,
enxaqueca e má digestão. É no intestino que ocorre a maior parte da produção de
serotonina, conhecida como substância da felicidade e do bem-estar. Com menos
serotonina, ficamos mais ansiosos e buscaremos “conforto” em alimentos doces.
Por isso, evite estes produtos. Para a sede, ainda não inventaram nada melhor
do que a água.
3) A contagem de calorias.
Contar calorias é um hábito disseminado como fundamental no emagrecimento, mas
que não leva em consideração outras inúmeras variáveis que podem impactar
diretamente na queima de gordura. Por exemplo: 100 kcal de uma barra de cereal
estimula em demasia a produção de insulina – que favorece estoque de gordura no
corpo – sem resultar em sensação de saciedade. Ao mesmo tempo, 100 kcal de
abacate agem de forma completamente oposta, liberando menos insulina e
favorecendo a saciedade. Mais importante do que o valor calórico do alimento, é
como o nutriente que o compõe se comporta no nosso corpo. Fica muito claro
quando comparamos 100 kcal de um brigadeiro com 100 kcal de uma laranja. Os
dois são iguais? Posso optar entre ele então se quero emagrecer? Com o mesmo valor
calórico, sabemos que a laranja tem fibras e nutrientes e isso não favorecerá a
compulsão e o armazenamento de gordura, como ocorre com brigadeiro. Outra
variável desconsiderada na contagem de calorias é o efeito térmico do alimento.
Isto é: quanto de energia o organismo gasta para metabolizar aquele nutriente.
Quando bebemos 100 kcal de 1 copo de refrigerante, não precisamos mastigar e
nem digerir o alimento. O carboidrato existente neste produto (carboidrato é um
outro nome para açúcar) não precisará ser quebrado em outras fontes de energia,
não exigindo nenhum trabalho do corpo. Situação muito diferente ocorre para a
digestão de 100 Kcal de banana ou 100 kcal carne.
4) A insistência em excluir a gordura da dieta.
Gordura trans continua sendo vilã da saúde, mas tiranizar qualquer nutriente
não é bom para emagrecer. As gorduras saturadas de alimentos naturais, por
exemplo, estão se mostrando benéficas à saúde, segundo os novos estudos, ao
contrário do que se propagou nas últimas décadas. A demonização da gordura da
nossa alimentação fez com que naturalmente comêssemos menos gorduras e
proteínas. Isso causou um desequilíbrio nutricional. Passamos a comer bem mais
carboidratos (outro nome para açúcar, parece repetitivo, mas vale reforçar).
Além disso a indústria alimentícia – se valendo desta percepção de que gordura
amplia doença cardiovascular (que depois se mostrou infundada) retirou-a de
alimentos como iogurtes e leites (os famosos 0% de gordura). No entanto, para
manter o sabor, foi necessária a introdução de mais carboidratos – muitas vezes
chamados de outros nomes como “frutose industrializada”. O consumo de gorduras
saturadas é fundamental para a dieta saudável, porque exige menos produção de
insulina e amplia a saciedade. O ideal é dosar carboidrato, proteína e gordura,
em doses equilibradas, em todas as refeições.
5) A insistência em incluir o suco de laranja ou de uva na dieta.
Outros dois alimentos que parecem extremamente saudáveis, mas que não é bem
assim. Uma laranja tem 5 g de frutose e além disso possui fibras. Ao
mastigarmos a fruta in natura, ativamos o metabolismo e favorecemos a saciedade
por meio da liberação de uma substância chamada leptina. Já 200 ml de suco de
laranja precisam de 4 a 5 laranjas para serem produzidos, o que corresponde de
20 a 25 g de frutose. Neste processo, perde-se as fibras e anula-se a
mastigação, sem a produção da substância da saciedade. Já o suco de uva tem 30
g de frutose em 200 ml, o que corresponde a quase 1 kg de uva. Você comeria
esta quantidade de uva em alguns segundos? Da mesma forma, seu pâncreas e
fígado não estão preparados para receber tanto carboidrato (frutose) de uma
vez.
6) Esquecer do combate ao cansaço.
Não é possível vencer a epidemia da obesidade sem combater o cansaço. Quando
estamos em um contexto favorável à exaustão, as duas glândulas adrenais ou
suprarrenais – que estão instaladas logo acima dos rins – são afetadas
diretamente. Os sintomas se dão em um processo em cadeia. Ao mesmo tempo em que
o sedentarismo pode ser um gatilho do cansaço crônico, o cansaço crônico, por
sua vez, também mina a disposição para a atividade física. Além disso, quando
estamos cansados, nosso paladar tende a buscar alimentos calóricos em uma
tentativa de recuperar a energia. Mas isto não ajudará em nada. Ficamos com ainda
mais vontade de doces, guloseimas, refrigerantes açucarados e carboidratos
refinados, fomentando o processo de ganho de peso. A orientação é investir em
comida que combate o cansaço (comida in natura) e restringir o açúcar e os
enlatados.
7) A fuga da musculação.
Atividades de força se mostraram mais eficientes para emagrecer pois exigem um
maior gasto energético nas horas seguintes do exercício – situação conhecida
como EPOC do inglês Excess Post-Exercise Oxygen Consumption ou excesso de
consumo de oxigênio pós-exercício. Duvidava do “emagreça dormindo”? Então, é
quase isso. Quanto maior o EPOC maior o emagrecimento no fim do dia e isso
independe das horas que você passa se exercitando.
8) Usar smartphones à noite.
Por ser tão brilhante, a luz azul é amplamente usada em quase todos
dispositivos de LED, incluindo smartphones, tablets, notebooks e TVs. O
problema é que esta iluminação à noite interfere na qualidade e quantidade do
sono. O componente desta iluminação suprime produção de melatonina, substância
que, além de nos ajudar a dormir, também tem uma influência muito grande sobre
a saúde em geral. As pesquisas já mostram que os efeitos vão além da insônia. A
luz nos diz quando acordar e quando dormir. Quando a luz azul brilhante do
aparelho eletrônico envia um sinal para que o cérebro pare de produzir
melatonina, é desencadeada uma confusão no relógio biológico (imagina dar
aquela olhada demorada no celular no meio da madrugada). Este processo afeta a
termo regulação do organismo, podendo aumentar a pressão arterial, a
resistência à insulina e a manutenção da obesidade. Isso não significa que o
uso da luz azul é maléfico o tempo todo. Às vezes, é realmente benéfica para a
sua saúde, até para preparar o cérebro para a hora do sono. Por isso, reserve a
utilização destes aparelhos para o período da manhã e tarde. E não esqueça da
exposição à luz solar, que ajuda na metabolização da vitamina D, um importante
anti-inflamatório natural que auxilia também na redução do peso.
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