FONTE: Fernanda Maranha, TRIBUNA DA BAHIA.
"Pensei que era o fim da linha", diz Alcione Silva, que encontrou a solução na comunidade feminina Clube Superela.
Uma
tristeza desencadeada por um amor não correspondido de longa data somada
a um histórico de bullying e isolamento na escola desde a adolescência
deixaram a autoestima de Alcione Silva, 24 anos, cada vez mais baixa e
fizeram-na querer se matar várias vezes.
“Eu convivi e cresci com as mesmas pessoas a vida toda e
era gordinha, rejeitada, isolada”, desabafa a mineira. Mesmo fazendo
terapia com psicólogos há quase 10 anos, ela conta que no começo de 2015 não via
mais saída em sua vida e pensou em se matar pela quarta vez.
Mas se deu mais uma chance: “Eu digitei no Google ‘procurar
conselhos grátis’, e entre cartomantes, videntes e outras pessoas que prometiam
mil coisas, eu encontrei o Clube Superela”.
O Clube Superela é uma comunidade online em formato de
fórum, onde pessoas perguntam e aconselham sobre os mais diversos assuntos
relacionados ao universo feminino.
“As pessoas chegaram como verdadeiras mães, como se fossem
pessoas que estavam ali para me dar a mão”, lembra Alcione sobre a
repercussão do texto que compartilhou no site.
Em seu pedido por conselhos, contou todo seu histórico de
bullying, amor não correspondido por cinco anos, e os vários desejos de se
matar - que, segundo ela, existiam apesar de sua fé em Deus - e recebeu
conselhos de todos os tipos: bons e ruins.
“Argumentos do tipo ‘Isso é falta de Deus na sua vida’ não
ajudam em nada. Porque você tem fé, mas pensa: por que está acontecendo isso na
minha vida? Por que eu? Por que eu fui sorteada na loteria do azar?”
Mas entre os diversos comentários e até sugestões de
leituras, a jovem encontrou a solução para a tristeza profunda que estava
vivendo em algumas companheiras.
Entre os conselhos mais úteis para ela estavam: pensar mais
nas qualidades do que nos defeitos e focar no que estava dando certo na vida
dela; além de refletir sobre quem precisava dela, e não em quem a
rejeitava: “Pensar em quem precisava de um sorriso meu”.
Outra atitude que ajudou Alcione a superar o amor não
correspondido foi parar de idealizar o amado nos sonhos: “Às vezes a gente cria
coisas que não são verdade, e você fica naufragando no sonho que não é capaz de
ser realizado.”
“O que mais me ajudou foi uma frase que ouvi: ‘quem olha
para dentro, sonha; quem olha para fora, acorda'. Eu passei a olhar mais para
fora, passei a olhar para as coisas que eu tenho para fazer e que eu posso
fazer algo para mudar.”
Atualmente ela trabalha como secretária no Sindicato
dos Professores de sua cidade e nutre dois sonhos que tem muita esperança
de conseguir realizá-los: cursar uma faculdade de contabilidade e ter um
programa de rádio na emissora local.
Depois de ter superado a vontade de por fim à própria
vida com ajuda dos conselhos obtidos pelas usuárias do Superela, Alcione está
muito mais focada em lutar pela realização dos sonhos: já está juntando
dinheiro para conseguir cursar a faculdade e colocando no papel a ideia de seu
programa de rádio para apresentar para a emissora de sua cidade.
Enquanto traça seu futuro que não foi interrompido graças
às muitas amizades que fez no site, Alcione conta que a aproximação com as
garotas do Clube Superela não foram passageiras: “Até hoje eu converso com
a Juliana, todos os dias. A gente mantém nossos assuntos fora do site”, diz
sobre um de seus anjos da guarda.
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