A organização foi duramente
afetada pela demora em lidar com o surto do Ebola, a partir de 2014.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o zika
vírus vai se proliferar por todos os países das Américas e cobra governos de
todo o mundo para que sejam “transparentes” em relação ao número de casos. Para
a entidade, a “explosiva proliferação” é “preocupante”.
Na manhã da segunda-feira, 25, a diretora-geral da
entidade, Margaret Chan, se pronunciou pela primeira vez sobre os casos nas
Américas e fez questão de exigir que governos notifiquem a OMS de todos os
casos registrados. A organização foi duramente afetada pela demora em lidar com
o surto do Ebola, a partir de 2014. A OMS foi obrigada a passar por uma reforma
e adotou uma postura de maior controle sobre surtos pelo mundo, justamente para
evitar que possam se proliferar sem controle.
"Ebola mostrou que um surto num lugar pode chegar
rapidamente ao outro lado do mundo”, disse Chan. “Estamos mais alertas. Não
existem mais surtos locais”, insistiu. Investigações internas na entidade
apontaram que governos e mesmo entidades internacionais abafaram por meses os
casos de Ebola, na esperança de que o surto desaparecesse sozinho, sem afetar
as economias locais.
A OMS também admitiu sua culpa ao fazer um alerta sobre o
caso apenas quatro meses depois dos primeiros registros. Falando sobre o caso
do zika vírus, a diretora apelou a todos os governos que sigam o regulamento
internacional de saúde e que notifiquem cada um dos casos para a OMS.
“Pedimos transparência a todos os países”, alertou. “A
proliferação explosiva do vírus a novas áreas geográficas, com populações com
pouca imunidade, é outra causa de preocupação”, disse. O principal temor ocorre
diante da possível ligação entre a infecção e a microcefalia, disse Chan.
“Essa relação não tem sido estabelecida. Mas os indícios
são preocupantes”, apontou, alertando ainda que sintomas neurológicos também
tem sido registrados.
Proliferação.
Em um comunicado emitido, a entidade regional da OMS - a Organização Panamericana de Saúde - constatou que a proliferação do zika vírus vai continuar e que governos e sociedades precisam estar prontos para lidar com os casos.
Em um comunicado emitido, a entidade regional da OMS - a Organização Panamericana de Saúde - constatou que a proliferação do zika vírus vai continuar e que governos e sociedades precisam estar prontos para lidar com os casos.
Num total, 21 países das Américas já registram casos. Mas
a previsão é de que todos os locais com a presença do mosquito Aedes
“provavelmente” terão a doença. O mosquito está presente em todos os países do
Hemisfério Ocidental, salvo no Chile e Canadá.
“A Opas antecipa que o Zika vírus vai continuar a se
espalhar e provavelmente vai atingir todos os países e territórios onde os
mosquitos sejam encontrados”, disse. Na quinta-feira, em Genebra, a OMS fará
uma reunião especial sobre o tema, com todos os países implicados.
Transmissão.
A OMS também confirmou que detectou um caso em que há uma “possível transmissão” do vírus por uma relação sexual. Mas novas evidências serão necessárias para determinar se esse caso é apenas isolado. No que se refere às grávidas, a entidade em Genebra pede que as mulheres sejam “cuidadosas” e que visitem seus médicos antes de viajar para regiões afetadas.
A OMS também confirmou que detectou um caso em que há uma “possível transmissão” do vírus por uma relação sexual. Mas novas evidências serão necessárias para determinar se esse caso é apenas isolado. No que se refere às grávidas, a entidade em Genebra pede que as mulheres sejam “cuidadosas” e que visitem seus médicos antes de viajar para regiões afetadas.
Mas não faz qualquer tipo de recomendação sobre adiar
gravidezes nos países afetados. Jamaica, Colômbia, Equador e El Salvador
anunciaram na semana passada que estavam sugerindo às mulheres que adiassem
planos de ter filhos.
Para a Opas, porém, “qualquer decisão de adiar uma
gravidez é individual, entre a mulher, seu parceiro e seu médico”. A melhor
forma de proteção continua sendo a de combater os focos do mosquito e usar
repelente, além de camas com redes e roupas de manga larga.
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